GW Cloud responde recurso da BB Tecnologia, mas evita comentar se foi beneficiada pela CEF

Habilitada pela Caixa Econômica Federal no pregão que visa contratar serviços em nuvem de Onboarding Digital, a GW Tecnologia apresentou suas “contrarrazões” ao recurso da BB Tecnologia e Serviços, alegando que cumpriu todos os requisitos técnicos previstos em edital. Mas se esquivou de comentar as alegações da estatal e subsidiária do Banco do Brasil – inabilitada sem ter podido fazer os testes dos seus equipamentos – de que foi beneficiada politicamente pela Caixa.

Evitou responder à alegação feita pela BB Tecnologia, de que a Caixa privilegiou uma empresa privada que apresentou um preço que ficou R$ 22,4 milhões acima da sua proposta, pelo fato dela se ver como “rival do Banco do Brasil” no mercado financeiro.

No pregão a BB Tecnologia ofereceu um preço pelo serviço no valor de R$ 62.570.063,88 – o que lhe rendeu a segunda colocação na disputa de preços. A GW Cloud, por sua vez, ficou na terceira posição, após apresentar uma proposta de preço de R$ 85 milhões. A primeira colocada (Giovani) foi desclassificada na fase de habilitação, o que possibilitou a disputa pelo contrato entre a BB Tecnologia e a GW Cloud.

A Caixa, então, chamou a subsidiária do Banco do Brasil para apresentar a documentação, mas acabou inabilitando a estatal, alegando que seus atestados de capacidade técnica não atendiam às especificações do edital. Com essa decisão a BB Tecnologia ficou impedida de prosseguir na disputa na fase de testes dos equipamentos, para comprovar que eles atendiam aos requisitos do edital. Após a inabilitação a GW Cloud foi chamada para apresentar seus documentos e realizar os testes. E acabou sendo confirmada como vencedora do pregão.

Impedida de continuar na disputa técnica, a BB Tecnologia construiu um recurso no qual alega publicamente que foi impedida de concorrer em pé de igualdade com a GW Cloud, porque a Caixa Econômica Federal fez restrições políticas à contratação dela por questões de rivalidade com o Banco do Brasil no mercado financeiro. E pediu a anulação do pregão 552/2023, ou a possibilidade de ser chamada para a realização dos mesmos testes submetidos à GW Cloud, para provar que seus equipamentos respondem satisfatóriamente à todos os requisitos do edital.

No mesmo recurso, a BB Tecnologia questiona o fato de a Caixa optar pela proposta de preço da GW Cloud; muito mais alta que a sua. Para a BBTS essa decisão fere o princípio da escolha pela “vantajosidade”, recomendada pelos organismos de controle em processos licitatórios.

*A Caixa ainda não respondeu ao recurso da BB Tecnologia.