Pregão de nuvem: BB Tecnologia anuncia recurso e alega ter sido tratada como rival pela Caixa

Mais um capítulo no complicado pregão da Caixa Econômica Federal que visa contratar serviços em nuvem de Onboarding Digital. Enquanto o banco oficial anuncia a GW Cloud como habilitada após realizar testes com os equipamentos, a BB Tecnologia comunica que está recorrendo contra a inabilitação, que acabou retirando-a da disputa comercial. E dentre as várias argumentações para contestar a decisão, a BB Tecnologia acusa a CEF de agir contra ela por ser subsidiária do Banco do Brasil, ao preferir a proposta de um concorrente que tem preço 35% maior que o seu.

No último dia 17 de janeiro, a BB Tecnologia comunicou à Caixa Econômica Federal sua intenção de recorrer da decisão de inabilitação da sua tecnologia de Onboarding Digital e o consequente chamamento do terceiro colocado na disputa de preços, a GW Cloud, para realização de testes. Em seu recurso, a BB Tecnologia procurou demonstrar que a similaridade de equipamentos com os da GW Cloud não seria fator para a sua inabilitação e que não houve qualquer problema que impedisse dela realizar o mesmo serviço.

A CEF para inabilitar a BB Tecnologia, alegou que os atestados de capacidade técnica não seriam idênticos aos da concorrente quanto à possibilidade de executar os serviços. E por conta disso inabilitou a subsidiária do Banco do Brasil, deixando de contratar um serviço que custaria R$ 62.570.063,88, e seria 54,86% abaixo do valor estimado em edital (R$ 138.616.751,52). De acordo com a BB Tecnologia, a CEF preferiu trocar essa economia, para chamar o terceiro colocado no pregão por um valor 35% maior que o seu. A GW Cloud ofereceu o preço de R$ 85 milhões.

“A justificativa lançada pela Caixa Econômica Federal não demonstra a incapacidade técnica da Recorrente. Ao revés, dá sinais, com o perdão da sinceridade, da “rivalidade” existente com o Banco do Brasil S.A”, disparou a BB Tecnologia no recurso encaminhado à CEF. Além desse argumento, a BB Tecnologia juntou a jurisprudência vigente na área de compras para corroborar a tese de que foi vítima de cerseamento de participar no pregão.

“Ou seja, a ilegal e arbitrária inabilitação da Recorrente, a um só tempo, feriu o caráter competitivo do certame e resultou em seleção de proposta menos vantajosa para a Caixa Econômica Federal”, disparou a BB Tecnologia.

Após expor suas considerações, a BB Tecnologia requereu a nulidade do pregão. No caso de seu pedido não ser atendido, então a subsidiária do Banco do Brasil pede que seja reformada a decisão de inabilitação da sua participação no pregão 552/23 e possa realizar os testes que foram impedidos após analise da sua documentação.

*A Caixa ainda não respondeu o recurso.