Casa de ferreiro…

campus.jpg* Portal Terra
Maioria das máquinas roda Windows na Campus Party

Henrique Cesar Ulbrich
Numa festa em que um dos pilares é o software livre, o sistema operacional da Microsoft reina entre os participantes. O Linux, “motor” preferido pelos geeks mais aguerridos, aparece atrás do Vista, versão menos cotada do Windows, e até do Mac OS X, que exige hardware especial e mais caro.
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Logo ao entrar na Campus Party e percorrer as mesas onde estão os equipamentos dos campuseiros, é fácil constatar: a maioria deles é pilotada por algum sistema operacional da Microsoft. A reportagem da Geek andou por, rigorosamente, todas as mesas e conversou com alguns campuseiros. De fato, a preferência geral pelo comandante do hardware é bastante homogênea e pende para o lado do Windows. Nos anos anteriores, a presença de sistemas alternativos, especialmente o Linux, era visivelmente maior.Na falta de uma estatística oficial e sendo impossível entrevistar todos os campuseiros, a Geek tomou uma pequena amostra de 120 máquinas distribuídas por todo o Centro de Exposições Imigrantes. Para evitar erros grosseiros de amostragem ou qualquer interferência que inserisse alguma tendência artificial nos dados, sempre computamos os resultados de uma mesa inteira. Os números que conseguimos não têm validade científica, obviamente, dada a amostra muito pequena (lembramos, são 6.655 campuseiros inscritos), mas basta circular pela Campus Party para ver que estão bem próximos da realidade.

Em nossa amostra de 120 máquinas, distribuídas por todo o espaço da Campus Party, contabilizamos 48 máquinas com Windows 7 (40%), 17 máquinas com Windows Vista (14%), Windows XP em 29 máquinas (24%), Mac OS X (todas as versões) em 14 máquinas (12%) e Ubuntu/Debian Linux em apenas 12 máquinas (10%).

Uma das máquinas rodando Mac OS X era um Hackintosh, notebook PC da marca nacional Mirax. Das 14 máquinas com Linux, 13 rodavam alguma versão do Ubuntu e uma rodava o Debian Lenny. Não encontramos nenhum exemplar do SuSE ou do Fedora, os outros dois “sabores” de Linux mais populares.

É interessante notar que, somente entre os usuários do Windows, a expressiva maioria prefere o recente Windows 7 (51%), seguido pelo ancião XP (31%). Comparativamente poucos ainda usam o impopular Vista (18%) e, quando perguntados, a maioria (14 dos 17 usuários) disse que vai migrar para o Windows 7 em breve. Perguntados se considerariam migrar para alguma distribuição do Linux, nenhum mostrou interesse – um deles chegou a exclamar: “Deus me livre e guarde!”

Contabilizando os sistemas operacionals em todas as versões, o Windows esmaga a concorrência ao estar instalado em nada menos do que 78% dos computadores.

Marcelo Branco, diretor geral da Campus Party e evangelista de Software Livre no Brasil, confirma a tendência. Segundo ele, nas edições anteriores da festa havia um percentual maior de equipamentos com software livre, e que mesmo o número deste ano pode melhorar porque nem todos ainda chegaram. “Mas a tua estatística está certa, é isso mesmo”.

Segundo Branco, houve um aumento da importância das áreas em que o software livre não é preponderante, como os espaços de Jogos e de Criatividade. “Por outro lado, ainda é uma média maior do que entre os usuários comuns”, arremata. Branco lembra ainda que toda a infra-estrutura da Campus Party é baseada em software livre.

A Campus Party Brasil 2010 acontece no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, até o dia 31 de janeiro. Além dos acampantes, o público em geral pode também visitar a exposição. Ingressos e mais informações podem ser encontrados no site oficial do evento em www.campusparty.com.br.