Só um “locador de veículos” pensaria em acabar com a Inovação no Brasil

Está nas mãos do astronauta Marcos Pontes, a decisão de impedir o governo de dar um tiro no seu próprio pé. Se depender do Ministério da Economia, cujo maior defensor da ideia estapafúrdia é o secretário das Privatizações Salim Mattar, a Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, será privatizada, ou extinta.

Espera, mas qual estudo teria embasado a necessidade de acabar com uma agência de fomento à Inovação no Brasil? Não fazemos a menor ideia. Mas sabemos que “o que é governo é ruim e ponto final”, taoquei?

Sem tal brilhante estudo para nos embasarmos, nos restam os números para compararmos, porque eles não mentem.

O FNDCT – Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que basicamente vem das receitas repassadas por empresas beneficiadas pela Lei de Informática, e se não estiver enganado, das empresas de telefonia, é a principal fonte que abastece a Finep para projetos de inovação não reembolsáveis (leia-se à fundo perdido e não há nenhum demérito nisso, pois inovação é risco).

Para se ter uma ideia, em 2017 esse fundo arrecadou R$ 4,4 bilhões, mas o Governo Temer se encarregou de fazer superávit primário com o dinheiro deixando apenas ( apenas é ótimo) R$ 1,2 bilhão para os projetos de Inovação.  Mesmo assim, o limite de execução para projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação chegou no máximo a R$ 920, 2 milhões.

Convém lembrar que no Governo do sapo barbudo e petralha, aquele que merece estar preso, a arrecadação desse fundo chegou a bater na casa dos desembolsos pela Finep a R$ 8,7 bilhões.

Também convém lembrar que o então ministro petralha da Ciência, Tecnologia, etc e tal Aloizio Mercadante, chegou a sonhar em transformar a Finep em um banco de fomento, uma espécie de “BNDES dos pobres”. Sob a alegação de que, tirando a Petrobras, nenhuma empresa privada fazia Inovação no Brasil, que projetos nessa direção estavam todos no setor público. A iniciativa privada, necas.

Fica a pergunta no ar: esse gênio do modelo “Estado Mínimo”, que agora brada aos quatro ventos: “vendam as estatais e cortem as cabeças”, pretende transferir o dinheiro do FNDCT para a iniciativa privada? A única cereja desse bolo? Sem isso, quem compraria a Finep a troco de quê?

Ou será que o ministro astronauta Marcos Pontes vai fincar o pé e dizer: a “Finep é minha, ninguém tasca, eu vi primeiro”?

*Nessa briga, sou mais o general que acaba de entrar para a direção da Finep. Essa turma de farda costuma falar grosso.