Sabe aquela Associação que defende o Estado Mínimo?

A cara de pau dessa turma não tem fim.

A novidade agora é a ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software, leia-se: Microsoft, que é quem banca a festa, esteve no Ministério da Economia. Foi lá propor, na cara dura, que os contratos de serviços que o governo assinar com empresas privadas, sirvam de garantia para pedidos de empréstimos em “atividades inovadoras”.

O “recebível”, que é como o presidente da ABES, Francisco Camargo define o “aval” que o governo daria em empréstimo de empresa privada com banco público, teria “boas possibilidades de liquidez”, em sua avaliação. (na foto, de paletó claro)

Ou seja, se a empresa pipocar no pagamento do empréstimo, ela entregaria o contrato ao banco e tudo ficaria numa boa. Ahh! danem-se os trabalhadores se não receberem o que está previsto nesse contrato. Que tratem de ir para a porta do banco exigir o pagamento dos salários atrasados. Lindo isso.

Por exemplo, um dos grandes representantes da ABES que circula livremente nas compras governamentais e uma das principais revendas Microsoft, acabou de fechar contrato de R$ 34,7 milhões em revenda de sisteminhas da multinacional para a Infraero.

Pela proposta, creio que ele pegaria o contrato com esse valor e daria como aval para um Banco do Brasil, por exemplo. E a instituição financeira aprovaria um empréstimo para o empresário “inovar” na customização de programas no governo. Que tal?

O assunto foi um dos temas do encontro dos representantes da ABES com o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa. Além do presidente da ABES, também estiveram no encontro o diretor jurídico da ABES, Manoel Antonio dos Santos; Rodolfo Fücher, conselheiro da entidade; e o coordenador do Comitê Regulatório, Andriei Gutierrez.

O que me deixa de queixo caído é que esse povo sabia e apoiou o candidato presidencial Bolsonaro, justamente porque o “Posto Ipiranga” dele, o atual superministro da Economia, Paulo Guedes, defendia menos intervenção estatal na Economia. Ou seja, “intervenção estatal” na conta corrente deles é refresco.

*E depois reclamam porque eu não os levo a sério.

(Foto divulgação ABES)