Para senador, Congresso só vota regulamentação da IA quando a CNI for atendida

Já não há mais nenhum pudor no Congresso Nacional entre os senadores, de defenderem abertamente os interesses de determinadas empresas, em detrimento da sociedade. No festival de argumentos de parlamentares notadamente favoráveis a não regulamentar a Inteligência Artificial no Brasil, coube desta vez ao senador Izalci Lucas (PL-DF) defender o adiamento da votação do projeto porque, segundo ele, a Confederação Nacional da Indústria estaria reclamando de não ter sido atendida em todos os seus pleitos pelo relator, senador Eduardo Gomes (PL-TO).

Izalci não parou por aí. Primeiro, disse que não iria entrar no mérito do projeto da IA impedir a “liberdade de expressão”, conforme versão deflagrada no fim de semana por bolsonaristas nas redes sociais, mas depois disse que o eventual “açodamento” de se votar antes do recesso parlamentar o projeto, só atenderia aos interesses do STF e do TSE.

Não satisfeito, ainda foi contraditório. Disse que o Brasil está atrasado na implantação da Inteligência Artificial, mas depois reclamou da velocidade com que o PL 2.338 do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está tramitando e já se arrasta há mais dois anos.

Insatisfeito com as declarações de Izalci Lucas, o presidente da Comissão Temporária de Regulamentação da IA (CTIA), senador Carlos Viana (Podemos-MG) aplicou uma “voadora” no parlamentar do DF. “Quem tem de tomar as decisões somos nós”, declarou o presidente da CTIA. Assistam o embate parlamentar:

Depois do “climão”, Izalci se corrigiu e disse que também ve a mesma preocupação nas entidades do setor de software: Brasscom, Assespro e ABES.