Dois Superintendentes vinculados ao “bolsonarismo” pelos demais trabalhadores da Ceitec (os que ainda sobraram, evidentemente), foram exonerados hoje (22) no Diário Oficial da União. Havia um grande ressentimento entre os funcionários com o comportamento de ambos no processo de extinção da estatal do chip, que depois de nove meses continua sem um rumo definido pelo governo.
Fernando Botto Lamoglia (foto) deverá deixar a empresa pois ocupava apenas um cargo de confiança. Já Eduardo Augusto Zenzen, por ser concursado, perderá apenas a função e os funcionários esperam que ele seja removido para o almoxarifado da história da empresa.
Zenzen foi o responsável por ciceronear uma visita de empresários às dependências da Ceitec, denunciada por esse blog, que estavam interessados em comprar equipamentos da fabricante de chips. Na época a direção contestou a informação durante uma audiência pública realizada pela Câmara dos Deputados.
O liquidante da Ceitec, oficial da Reserva da Marinha, Abílio Eustáquio de Andrade Neto, disse aos deputados que a visita dos empresários era só para atender “o pedido de um filho de um colega de turma da Marinha”. Por essas coincidências da vida, o filho do amigo fazia parte do grupo como representante das empresas que estiveram circulando as dependências da estatal de olho nos equipamentos: a Valid S/A e a CCRR RFID.
Mas a informação dessa visita irregular promovida dentro da empresa foi vazada para o blog através de um vídeo, que mostrava claramente o interesse dos executivos por alguns dos equipamentos. A Ceitec tinha naquele momento o seu processo de extinção pelo Governo Bolsonaro suspenso para análise pelo Tribunal de Contas da União. Vejam a reportagem na época: