Por Maxine Williams* – Há alguns meses, durante minha rotina de sábado, levei meu filho para o treino de futebol e fiquei torcendo das arquibancadas. Mas, dessa vez, eu usei meus óculos Ray-Ban Stories e, com um simples comando de voz, consegui tirar fotos e fazer vídeos sem precisar pegar meu celular e ficar sem aproveitar aquele momento por causa de uma tela. Pela primeira vez, eu estava totalmente lá, o tempo todo – sem perder nenhum instante.
Naquela tarde, eu vislumbrei tudo o que é possível realizar quando estamos presentes, graças à tecnologia. Foi tão poderoso e mágico, que senti como se o espaço entre minha memória e a experiência daquele momento tivesse caído completamente.
O metaverso – a próxima geração de experiências digitais – transformará a maneira com a qual nos conectamos. Com a internet que conhecemos hoje, na maioria das vezes nos conectamos com as pessoas tendo que olhar para elas por meio de telas. Mas, no metaverso, poderemos compartilhar os mesmos espaços de forma tridimensional.
Na próxima década, mais de um bilhão de pessoas poderão estar no metaverso. E graças a empresas que, como a Meta, estão começando a pensar nesse futuro agora, temos a oportunidade de ajudar a construir o metaverso com diversidade, equidade e inclusão (DE&I) desde o início. Não há dúvidas de que essa é uma enorme responsabilidade. E, definitivamente, não é fácil resolver os problemas complicados de DE&I em tecnologia, especialmente quando falamos em uma escala global. Mas trabalhar nessas questões é uma das coisas que mais me interessam na Meta, além do nosso papel no uso da tecnologia para impactar positivamente a sociedade.
Levará anos para o metaverso ser construído, e, por isso, temos um longo caminho pela frente. Aqui estão algumas das coisas que já estamos fazendo — de maneira intencional – desde agora.
1. Fazer as perguntas certas
Para construir um metaverso inclusivo, precisamos fazer as perguntas certas sobre como a inclusão deve ocorrer em experiências imersivas. A Meta está fazendo isso por meio de um investimento de dois anos e US $50 milhões em parcerias com grupos de direitos civis dos Estados Unidos, organizações sem fins lucrativos, instituições acadêmicas e outras organizações ao redor do mundo para explorar questões relacionadas ao metaverso de diferentes perspectivas. E por meio de uma parceria com a Howard University, os pesquisadores explorarão as barreiras históricas à tecnologia da informação, compartilharão recomendações sobre o que podemos fazer para remover essas barreiras, e oferecerão insights para embasar melhor o nosso trabalho desde o início.
2. Construir redes de talentos diversos
Pessoas diversas não devem apenas participar do metaverso como consumidores, mas também como seus arquitetos e construtores. Para que isso aconteça, precisamos aumentar a diversidade de pessoas que trabalham na indústria de tecnologia, principalmente em áreas como inteligência artificial, jogos, realidade virtual e realidade aumentada.
Estamos realizando parcerias com instituições nos Estados Unidos – faculdades e universidades historicamente negras, instituições que atendem pessoas hispânicas e instituições que atendem a americanos asiáticos e americanos nativos das ilhas do Pacífico – para atrair mais alunos para cursos de aprendizado aprofundado e aumentar a diversidade e a equidade no campo da inteligência artificial. Por meio da AI Learning Alliance, mais pessoas de grupos sub-representados poderão fazer cursos on-line gratuitos em inteligência artificial para se preparar para os empregos do futuro. Os cursos estarão disponíveis por meio de nossa plataforma de aprendizado online, Meta Blueprint, e abertos a todos, sejam estudantes, profissionais ou amadores.
3. Quebrar as barreiras linguísticas
Para pessoas que falam ou lêem idiomas como inglês e alemão, a internet oferece infinitas possibilidades. Mas muitas pessoas que falam apenas uma língua não escrita ou não dominante são excluídas.
As ferramentas de tradução que conhecemos hoje normalmente usam o inglês como um intermediário ao traduzir dois idiomas distintos, o que pode ser menos preciso do que a tradução direta. Elas também não são capazes de traduzir a fala de um idioma para fala ou escrita em outro. É por isso que usar novas tecnologias para quebrar barreiras linguísticas é tão importante. As pessoas se sentirão mais conectadas se puderem se comunicar, trabalhar ou produzir arte em seus idiomas de escolha. Elas também terão o potencial de alcançar, de forma imediata, bilhões de outras pessoas em todo o mundo, independentemente de seu idioma de preferência. Você consegue imaginar como isso mudaria nossas vidas?
Possibilidades como essas impulsionam nossos esforços de longo prazo para criar novas ferramentas de tradução que darão aos criadores e consumidores a capacidade de participar igualmente do metaverso em mais idiomas e alcançar pessoas em regiões mais distantes do globo.
4. Expandir o acesso ao metaverso para usuários e criadores
A participação no metaverso não dependerá do acesso a um headset. Haverá muitos pontos de entrada por meio dos quais as pessoas podem participar, usando qualquer dispositivo, incluindo celulares. Para aqueles que desejam a experiência que um headset de realidade virtual permite, estamos trabalhando para torná-los mais acessíveis. Também é importante lembrar que, como indústria, ainda estamos nos estágios iniciais de construção de dispositivos com recursos de realidade virtual e aumentada.
Permitir o acesso para criadores de diversas origens é igualmente importante, e estou satisfeita com o progresso que estamos fazendo com nossa plataforma Spark AR. Ela já está sendo utilizada por centenas de milhares de criadores, em 190 países, para criar experiências imersivas nos aplicativos e dispositivos da Meta. A Spark AR e plataformas semelhantes estão possibilitando que pessoas de diversas origens criem efeitos e outras coisas em realidade aumentada que enriquecerão nossos mundos de realidade virtual e aumentada do futuro.
5. Criar diversas opções de auto-expressão
As representações no metaverso devem refletir a diversidade do mundo real. Recentemente, anunciamos melhorias nos avatares da Meta, incluindo novos formatos faciais e dispositivos auxiliares, como implantes cocleares, aparelhos auditivos e cadeiras de rodas para pessoas com deficiência. Ao criar seu avatar, você pode escolher os recursos faciais, tipo de corpo, estilos de roupas e outros que mais te representem. Oferecemos mais de um quintilhão de combinações diferentes quando lançamos nossos avatares atualizados no ano passado e continuamos a incluir mais opções para dar às pessoas ainda mais opções de se expressar. E agora você pode optar por trazer esse avatar para a realidade virtual, Facebook, Instagram e Messenger.
A aparência é importante, mas a representação no metaverso também será sobre voz, som e outras formas de nos expressarmos. Os avatares são apenas o primeiro passo para permitir que todos apareçam como quiserem.
Este é o ponto
Eu amo Trinidad e Tobago, meu país natal. Na verdade, eu amo toda a região do Caribe. No entanto, por conta de seu tamanho e escala, as oportunidades educacionais e de trabalho lá eram mais limitadas do que se tivéssemos as ofertas de todo o mundo para escolher. Se eu tivesse a capacidade de “estar” em outros lugares enquanto estava fisicamente no país que eu amava, isso teria mudado toda a minha trajetória de vida. Cresci em uma época em que ligações telefônicas de longa distância eram exorbitantemente caras, então escrever e enviar cartas era como eu mantinha contato com familiares e amigos distantes. Quando eu me mudei para o exterior para continuar minha educação, seja nos Estados Unidos ou na Inglaterra, eu racionava minhas cartas para casa porque os selos eram muito caros e as cartas demoravam uma eternidade para ir e voltar! Agora, com o Ray-Ban Stories e Portal, posso compartilhar facilmente momentos do dia a dia com a família em casa, em tempo real, independentemente de onde eu esteja. No metaverso, haverá ainda mais possibilidades de educação e trabalho, para que as pessoas possam seguir seus sonhos enquanto ficam perto das pessoas e dos lugares que amam.
É importante lembrar que um metaverso inclusivo beneficia a todos, incluindo pessoas de grupos tradicionalmente sub-representados. Como será a inclusão no metaverso é uma pergunta difícil e sem respostas fáceis. Como acontece com qualquer tecnologia transformadora, levará um tempo para que tudo se encaixe e, mesmo quando o metaverso for implementado, ele continuará evoluindo com o tempo. Me sinto encorajada com os investimentos ativos que a Meta está realizando para abordar a inclusão de forma diversa e se envolver com parceiros e especialistas em conversas contínuas sobre o que realmente significará ajudar a construir o metaverso com responsabilidade.
*Maxine Williams, Vice-presidente de Diversidade da Meta.