O ponto mais desgastante na discussão se o país deve ou não investir através de um modelo estatal de incentivo ao desenvolvimento em microeletrônica, que vai muito além da simples fabricação e venda de chips, foi quando Martha Seillier, Secretária Especial da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), justificou a liquidação da empresa porque ela estaria envolvida em escândalo de corrupção.
Citou a “Operação Silício”, ocorrida em 2020, que até hoje não produziu resultados práticos com a punição de eventuais envolvidos. A Operação Silício ocorreu em outubro de 2020 e teve como foco desbaratar um esquema de corrupção que, segundo as investigações, “teria funcionado entre 2011 e 2016 e fraudado contratações do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec)”.
Um ano depois ainda não se tem notícias sobre os resultados desta investigação e não se sabe nenhum detalhe pois ela corre em segredo de Justiça. Mas a informação foi suficiente para a secretária Martha Seillier justificar que a Ceitec deve ser liquidada, pois foi uma empresa “corrupta”.
O professor da UFRGS, Sérgio Bampi, contestou a forma como a secretária qualificou a Ceitec no contexto da defesa pela liquidação. E alertou que, tão grave quanto o suposto esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal, que ainda não produziu efeitos práticos como a prisão de envolvidos nesse suposto esquema, seria a forma como estão os técnicos do Ministério da Economia estariam executando o desmonte da empresa.