Por Rogério Pires* – A evolução e o aumento do investimento em tecnologia dos últimos anos têm beneficiado de maneira significativa o setor da saúde, impulsionando o surgimento de grandes inovações e melhorias na área. E as expectativas não são diferentes com relação ao avanço da rede 5G no país, já que a chegada da nova geração de rede móvel deve proporcionar muitas mudanças, impactando tanto pacientes, como profissionais da saúde e gestores.
Com maior velocidade, estabilidade e menor latência, o 5G abre espaço para a incorporação de dispositivos mais avançados em rotinas médicas, como Inteligência Artificial, IoT, equipamentos de realidade aumentada e apoio tecnológico aos médicos em procedimentos mais complexos. Uma conexão de ponta também cria a possibilidade de inovações em diferentes etapas do sistema de saúde, atuando desde a prevenção de doenças, com o monitoramento de sinais vitais de pacientes de forma remota, até a utilização de dispositivos robóticos em cirurgias.
Falando agora de um modelo de atendimento que ganhou força nos últimos anos e tem mostrado sua eficiência, a telemedicina também poderá ser amplamente beneficiada pelo 5G. A qualidade do som e imagens, propiciada pela melhor conectividade, permitirá um atendimento à distância ainda mais preciso. A previsão é de que todo o Brasil esteja com cobertura até 2028 e, assim, a consulta médica eletrônica poderá alcançar áreas mais remotas do país, onde a internet de fibra ótica, por exemplo, não chega com tanta facilidade como o 5G, o que facilitará o acesso da população de diferentes regiões a médicos especialistas.
No que diz respeito aos bastidores das instituições de saúde, a expectativa é que o 5G traga melhorias também para a parte da gestão, com a otimização e automação de processos, aprimorando consequentemente a jornada do paciente e a produtividade das equipes. Na prática, estamos falando, por exemplo, do acesso a laudos de exames de modo mais rápido, maior acessibilidade e compartilhamento de informações médicas, maior agilidade nos sistemas de backoffice, etc.
Toda essa velocidade de transmissão de informações, traz consigo um impacto considerável na coleta e processamento de dados. E neste contexto, a inteligência de dados, que já é importante para o setor, deve se tornar ainda mais essencial, tanto em pesquisas da área, como na gestão do negócio e tomada de decisões estratégicas.
Um ponto a destacar aqui são os cuidados relativos à segurança da informação. A saúde é um dos setores que mais lida com dados sensíveis diariamente, coletando uma imensa quantidade de informações dos pacientes. Por isso, toda essa evolução proporcionada pelo 5G precisa vir acompanhada de investimento em cibersegurança e atenção à Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD). Os ataques cibernéticos são uma realidade e é preciso haver uma preocupação redobrada do segmento sobre como fazer o manejo e a gestão dos dados.
Os últimos anos foram transformadores para o setor da saúde, e o futuro reserva ainda mais avanços. Neste ambiente dinâmico, a rede 5G promete desbloquear muitas oportunidades para as instituições de saúde, mas essa jornada de transformação requer planejamento e investimento. Com uma visão estratégica, o setor poderá aproveitar as oportunidades que essa evolução certamente trará para a saúde brasileira.
*Rogério Pires é diretor de produtos de Saúde da TOTVS