A direção da Procergs deverá se reunir nesta quarta-feira (8) com diretores do Serpro e da Dataprev, para tentar encontrar um plano de contingência que possa permitir a estatal gaúcha voltar a operar, depois que tomou a decisão de desligar o seu data center por tempo indeterminado em virtude da enchente do Guaíba. Sem redundância e com problemas de falta de energia na área da infraestrutura, não foi possível para os técnicos da Procergs manterem todos os serviços que prestam ao governo do estado.
Segundo este blog pode apurar, a decisão de desligar o data center foi tomada às pressas pela direção, quando se concluiu que o sistema de bombeamento d’água estava falhando por falta de energia e sem ela não teria como conter a invasão das águas do Guaíba. Sem esse processo a inundação tornou-se incontrolável, conforme mostra a vídeo obtido pelo blog com exclusividade, do momento em que a água começa a invadir o prédio:
Enquanto tomava a decisão pelo desligamento, os técnicos da Procergs se desdobraram para tentar levar para a nuvem o máximo possivel de suas bases de dados e sistemas. Mas boa parte dos serviços, porém, sucumbiu ao desligamento.
De acordo com informações repassadas ao blog, o sistema de emissão de nota fiscal conseguiu seguir para a nuvem e uma parte dos serviços prestados ao Judiciário. Já outros serviços que interagem diretamente com a população, como no caso o Detran/RS, estão fora do ar. A página do Governo do Rio Grande do Sul está na Internet, mas o acesso a determinados endereços governamentais não está sendo possível.
A situação tornou-se mais grave ainda, porque a Procergs não possui redundância, ou seja, contava apenas com um único data center para operar toda a informática pública no estado. Muito menos tinha um serviço de nuvem contratado para dar o suporte necessário. Os técnicos passaram a madrugada de ontem tentando repassar o máximo dos sietemas para um provedor, mas não houve tempo suficiente para completar o serviço. Sem uma alternativa tiveram de desligar e agora não sabem quando será possível retornar ao trabalho. As previsões mais otimistas dizem que as águas do Guaíba só retornam ao seu leito original em 10 dias.
Esse é mais um caso de falta de investimentos do governo do estado na área de gestão pública. Apesar desse desleixo por parte do governo e de sua diretoria, de não priorizar uma infraestrutura capaz de suportar as adversidades do clima, a Procergs é considerada uma das melhores empresas estatais do país, chegando a ser premiada pelos serviços que presta ao Rio Grande do Sul.
Talvez agora se reunindo com o Serpro e a Dataprev, estatais que possuem redundância, além de serem provedores de nuvem, os atuais diretores da Procergs possam entender o significado do dito popular: “quem tem um, não tem nenhum”.
*A conferir.
