Após a 14ª reunião, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), do Ministério da Economia, anunciou hoje (02) que as privatizações do Serpro e da Dataprev deverão ficar para o primeiro trimestre de 2022. Sobram anúncios, faltam explicações para esse novo adiamento.
Por que mais um atraso? O que está dando errado nesse processo de desestatização das duas estatais de Tecnologia, que vem obrigando o governo a empurrar com a barriga o assunto?
Curioso é que no mesmo dia em que o CPPI anuncia a agenda das privatizações das duas estatais, o Datasus faz a maior lambança com os dados dos cidadãos brasileiros, num vazamento histórico.
É mais um alerta de que essa discussão sobre venda de empresas públicas não podem ficar nas mãos de alguns burocratas carreiristas, que se acham os gênios do liberalismo.
Quem será responsabilizado por esses erros futuros, quando empresas privadas não darem conta de executar um serviço que há mais de 50 anos vem sendo feito pelo Serpro ou pela Dataprev?
A agenda divulgada hoje traz uma série de dúvidas. Num ano eleitoral, os técnicos do Ministério da Economia pretendem colocar as duas maiores estatais de tecnologia à venda ou em busca de sócios privados, sem passar essa discussão pelo Congresso Nacional? Qual o impacto político dessa discussão lá na frente?
Não bastasse isso, imaginem o seguinte cenário. No mesmo primeiro trimestre de 2022, com a Receita Federal esperando realizar a arrecadação do Imposto de Renda, o governo espera vender ou achar um sócio para o Serpro, por exemplo.
*Este governo precisa ir à público se explicar.