Minhas fontes governamentais garantem que a informação publicada pela revista Exame no dia 25 de maio está correta. A Caixapar – o braço de investimentos da Caixa Econômica Federal – teria comprado pelo menos 20% do capital da CPM Braxis Capgemini, que estariam em poder de acionistas minoritários.
Pelo menos dois venderam suas participações. Os minoritários da CPM Braxis Capgemini são: a holding Braxis, a Gávea Investimentos, a Alothon Group e funcionários. Resta saber quem vendeu.
Agora é tentar entender essa compra. A CEF não controlará a empresa, em poder de franceses. Mas pode exercer o seu poder de abrir espaço para os franceses no mercado brasileiro, o que a credencia a ter um papel preponderante nas decisões da companhia.
O mais provável é que ela fique como aferidora de qualidade dos serviços das demais empresas que irão operar em fábrica de software para a CEF, que inclusive já vem realizando nova licitação para a contratação desses serviços. Seria naquela base: Empresas só receberão da CEF, quando entregarem seus serviços e eles forem atestados pela CPM Braxis Capgemini.
Outra hipótese possível remonta o período em que a CPM Braxis foi vendida ao grupo francês Capgemini. Em setembro de 2009, quando a CPM Braxis foi vendida por € 233 milhões, cerca de R$ 520 milhões naquela época, a empresa de tecnologia Capgemini chegou a ser citada pelo jornal The Wall Street Journal como “interessada em lucrar com as Olimpíadas 2016”.
O interesse pode estar no desejo da Caixa Econômica Federal de tornar-se uma das principais fornecedoras de certificados digitais para as Olimpíadas de 2016, além de ganhar musculatura dentro do governo neste mercado. Sem contar que a CEF ainda poderá reforçar a sua participação como a Autoridade Certificadora do Judiciário (AC-JUS).
A CPM Braxis já opera na CEF nessa área de certificado digital, embora seja apenas uma revenda de soluções de terceiros, que customiza de acordo com o interesse do cliente. Portanto não está descartada essa possibilidade também.
* Se for nessa direção, outros grandes players do mercado de certificação irão aloprar em breve. Quem viver verá.