Enquanto segue o represamento de dados no Ministério da Saúde, causado pelo ataque ocorrido no final do ano passado, que tirou vários sistemas do ar; o Ministério da Saúde, sem alarde, publicou hoje (04) no Diário Oficial da União, o novo contrato de adesão à nuvem federal do Ministério da Economia. O novo contrato foi assinado no dia 30 de dezembro e terá vigência até 30 de janeiro de 2023.
O acordo comercial exclui a Embratel (leia-se Primesys) da gestão do contrato de nuvem, que contava com a participação da AWS e foi implantado ainda no Governo Temer pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) do Ministério do Planejamento. A mesma equipe que na época elaborou a nuvem federal, migrou depois para o Ministério da Economia. E ao renovar o projeto, desta vez optou por uma multi-nuvem composta pela AWS, Huawei e o Google, tendo como broker (integrador) a Extreme Digital. A EDS, como é conhecida, venceu o pregão ao oferecer um preço de R$ 65 milhões pela prestação do serviço de broker a todos que aderirem ao projeto.
A subsidiária da Embratel, Primesys, encerrou mal o contrato, deixando um arranhão na sua imagem. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o primeiro ataque ocorrido aos sistemas da sua pasta veio por intermédio da nuvem até então gerenciada por ela. Até hoje não se tem de forma clara, alguma informação sobre o que ocorreu com o ataque, e o estrago causado aos sistemas sob o controle do Datasus. Mas os indícios mostram falhas de gestão nesse polêmico contrato de nuvem federal.
O novo contrato assinado pelo Ministério da Saúde prevê que o órgão pagará R$ 2.833.351,76, pelos “serviços gerenciados de computação em nuvem, sob o modelo de cloud broker (integrador) de multi-nuvem, que inclui a concepção, projeto, provisionamento, configuração, migração, suporte, manutenção e gestão de topologias de serviços em dois ou mais provedores de nuvem pública”.