MCTI vai mudar Edital para inserir patentes de projetos Covid-19 que “esqueceu”

Não foi apenas uma patente de um sensor que pode identificar doenças, entre elas, a Covid-19, que foi “esquecida” de ser mencionada no Edital de chamamento público nº11, que visa contratar Organização Social para assumir a gestão de toda a propriedade intelectual da Ceitec SA, em processo de extinção. Foram duas, entre outras patentes registradas em 2020. Ao todo o novo Edital deverá trazer um total de 45 patentes ao invés de apenas 36.

No MCTI a informação que se pode apurar é que o Edital será corrigido para constar as patentes que misteriosamente foram “esquecidas”. A desculpa lá dentro foi que, ao elaborarem o documento, os dados utilizados eram do Ministério da Economia e estavam desatualizados.

Curiosa a alegação, já que a patente “PNEU CONTENDO UMA TAG RFID” é de 2020 (concedida no Brasil) e 2021 (nos Estados Unidos) mas não sofreu esse processo de perda de memória por parte dos técnicos do MCTI. Misteriosamente ela foi lembrada no Edital:

Independentemente desse problema de falta de memória no MCTI, só o fato de ficar esclarecido agora, que o Ministério da Economia extinguiu uma empresa estatal sem nem saber direito o que estava fazendo, já merecia alguns processos por improbidade administrativa.

Ficou evidenciado após esse episódio, que os técnicos do PPI (área do Ministério da Economia criada para entregar patrimônio público a preço de banana), nunca se preocuparam em saber exatamente o que estavam extinguindo.

Para eles o que interessava era cumprir a ordem do então secretário das Privatizações, Salim Mattar, e acabar com a empresa. E, se tivesse que entregar algum legado tecnológico da Ceitec para algum espertalhão privado usufruir, tudo bem.

Contradições

Essa crise de esquecimento sobre o sensor de identificação do Covid-19 no MCTI não é crível, já que a Ceitec tinha acabado de ganhar notoriedade nacional no meio científico graças à revista do MCTI, em uma edição especial do dia 24 de junho sobre ações do ministério no combate à Covid-19.

A estatal ganhou uma página para falar de suas ações no combate ao Coronavírus. E mostrou justamente o desenvolvimento deste sensor. ( a foto não tem nada a ver com o equipamento. Mostra apenas que nem se preocuparam em pedir uma imagem dele para a Ceitec)

Provavelmente esse surto de esquecimento ocorreu no ministério, porque ninguém queria bater de frente com o ministro astronauta, Marcos Pontes, que estava mais interessado em badalar em coletivas de imprensa com uma pesquisa pra lá de duvidosa com a nitazoxanida, também conhecida como “Annita”.

Pesquisa que chegou a afirmar ser um sucesso em coletiva no Palácio do Planalto, apresentando um gráfico fake, que não continha dados sobre a eficácia do remédio.

No dia 11 de janeiro de 2021 o Ministério da Saúde comunicou que decidiu não incluir o vermífugo de Marcos Pontes na lista de remédios distribuídos para o tratamento da covid-19 na rede pública de saúde.