IA: Trump quer novos projetos de geração de energia e manter os ativos já existentes

A decisão de criar novos atritos com a área ambiental para garantir investimentos em infraestrutura, que assegure a produção da Inteligência Artificial em solo norte-americano, vai muito além das disputas políticas. Trump quer a flexibilização total das regras ambientais, porque pretende garantir novas áreas até então intocadas dentro do país para a construção de empreendimentos que visem a geração e distribuição de energia elétrica, nuclear ou geotérmica. Essa nova rede energética é a base necessária do Plano de IA para atrair investidores interessados na construção de uma nova infraestrutura para atender diretamente à produção de Inteligência Artificial, além de garantir a manutenção dos ativos existentes e evitar crises de fornecimento no país.

No planejamento estratégico do governo Trump para a implantação de uma nova infraestrutura voltada para a inteligência artificial, a oferta de energia abundante e perene é considerada fator preponderante que atrairá todo o investimento que se espera para que as big techs permaneçam em solo norte-americano.

Para alcançar esse objetivo, a equipe de Trump trabalha com dois cenários. O primeiro visa justamente “estabilizar” a rede de energia atual o máximo possível. A ideia é o governo reconhecer a necessidade de proteger os ativos existentes e garantir um fornecimento ininterrupto e acessível de energia. “Ao estabilizar a rede atual, otimizar os recursos existentes e expandir a rede para o futuro, os Estados Unidos poderão vencer a corrida da IA enquanto oferecem uma rede elétrica confiável e acessível para todos os americanos”.

O governo não é claro sobre quanto pretende investir nessa estratégia, mas já informa que irá atuar para prevenir o encerramento prematuro das atividades de empresas de geração de energia. A ideia é criar condições para que essas empresas explorem novas maneiras de aproveitamento da capacidade já instalada, existente. Para evitar apagões no país, Trump quer que nos horários de pico o setor tenha confiabilidade e capacidade de utilizar “fontes de energia de backup já disponíveis”, para aumentar o funcionamento da rede elétrica durante o período de demanda máxima.

“Um elemento-chave dessa estabilização é garantir que cada canto da rede elétrica esteja em conformidade com os padrões nacionais de adequação de recursos e que uma capacidade de geração de energia suficiente esteja consistentemente disponível em todo o país”, informa o plano.

Diferentemente do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, o plano de Trump prevê a possibilidade de melhoria nas linhas de transmissão, um dos gargalos enfrentados pelo setor elétrico brasileiro, além da exploração de tecnologias avançadas de gerenciamento de rede. Na avaliação da equipe do presidente norte-americano, tais medidas “podem aumentar a quantidade de eletricidade transmitida ao longo das rotas existentes”.

Além disso, os Estados Unidos devem atuar numa segunda vertente, para estimular a criação de novas e inovadoras fontes de geração energética que se encontram na fronteira tecnológica. Como exemplos citou a obtida pela fusão nuclear e a geotérmica aprimorada.

Para alcançar esses objetivos, Trump quer “reformar os mercados de energia para alinhar os incentivos financeiros com a estabilidade da rede, garantindo que os investimentos em geração energética reflitam as necessidades do sistema”.

Ações políticas recomendadas pela equipe de governo de Donald Trump:

  • Estabilizar a rede atual o máximo possível. Esta fase inicial reconhece a necessidade de proteger os ativos existentes e garantir um fornecimento ininterrupto e acessível de energia. Os Estados Unidos devem prevenir o descomissionamento prematuro de recursos críticos de geração de energia e explorar maneiras inovadoras de aproveitar a capacidade existente, como utilizar fontes de energia de backup já disponíveis para aumentar a confiabilidade da rede durante a demanda máxima. Um elemento-chave dessa estabilização é garantir que cada canto da rede elétrica esteja em conformidade com os padrões nacionais de adequação de recursos e que uma capacidade de geração de energia suficiente esteja consistentemente disponível em todo o país.
  • Otimizar os recursos de rede existentes o máximo possível. Isso envolve implementar estratégias para aumentar a eficiência e o desempenho do sistema de transmissão. Os Estados Unidos devem explorar soluções como tecnologias avançadas de gerenciamento de rede e melhorias nas linhas de transmissão que podem aumentar a quantidade de eletricidade transmitida ao longo das rotas existentes. Além disso, os Estados Unidos devem investigar novas e inovadoras maneiras para grandes consumidores de energia gerenciarem seu consumo durante períodos críticos da rede para aumentar a confiabilidade e desbloquear energia adicional no sistema.
  • Priorizar a interconexão de fontes confiáveis e despacháveis de energia o mais rápido possível e adotar novas fontes de geração energética na fronteira tecnológica (por exemplo, geotérmica aprimorada, fissão e fusão nuclear). Reformar os mercados de energia para alinhar os incentivos financeiros com a estabilidade da rede, garantindo que os investimentos em geração energética reflitam as necessidades do sistema.
  • Criar um plano estratégico para navegar no complexo cenário energético do século XXI. Ao estabilizar a rede atual, otimizar os recursos existentes e expandir a rede para o futuro, os Estados Unidos poderão vencer a corrida da IA enquanto oferecem uma rede elétrica confiável e acessível para todos os americanos.