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Conforme informou este blog na edição do dia 9 de maio, o Conselho de Administração da Telebras elegeu na sexta-feira (12), em reunião extraordinária Frederico de Siqueira Filho – ex-diretor de vendas da Oi – para a presidência da Telebras, em substituição a Jarbas Valente. Segundo o Fato Relevante, a decisão foi tomada após “indicação” do ainda ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Cá entre nós, a decisão foi tomada pela equipe do agora lobista do BTG Pactual, Fábio Faria, que ainda manda no Ministério das Comunicações. Juscelino naquela pasta não passa de “inquilino”.
Telebroi: 1º passo foi dado
Falta agora o governo decidir qual o melhor caminho para salvar a falida Oi: 1 – Acabar com a concessão e retorná-la para o controle da União ou; 2 – promover uma intervenção. Seja qual for a decisão, quem irá assumir a massa falida da Oi será a Telebras, já que é a estatal do setor de Telecomunicações e a única empresa capaz de gerir os serviços de telefonia. Daí, nada melhor do que ter gente da concessionária ditando as regras dentro da estatal. Lendo a matéria da edição do dia 9 deste blog dá para entender onde o governo poderia chegar com essa estratégia.
Telebroi: óleo de peroba
Usar o argumento de que a Telebras também é uma “empresa problemática”, para justificar a contratação de um executivo da Oi, não passa de um tremendo absurdo. Os caras nem ficam vermelhos quando propagam essa tese. Argumentam que Telebras é vista pelos olhos do governo como uma empresa que gera prejuízo de uns R$ 200 milhões/ano. Mas se esquecem de informar que a estatal tem em caixa R$ 800 milhões para virar esse jogo e não pode usar o dinheiro desde que virou dependente do Orçamento da União no Governo Bolsonaro.
Telebroi: Bittar, o breve
Apesar de toda a torcida da insuspeita imprensa especializada, o ex-deputado Jorge Bittar ainda não arrumou uma boquinha no Governo Lula. A torcida organizada da “Vanguarda do Atraso” contava com a aprovação do nome dele para o Conselho de Administração da Telebras, mas isso acabou não ocorrendo. É preciso entender o momento que vive o Governo Lula. Não dá para encher o comando da estatal com essas porqueiras de uma vez só. A empresa precisa ir absorvendo o impacto dessas indicações aos poucos, para não quebrar de vez.
Telebroi: desafio
Eu pago para este governo afirmar publicamente pra mim, que a presença de um ex-executivo da Oi deverá “tirar a Telebras do vermelho”. Um executivo de uma empresa que tem hoje um passivo de R$ 44 bilhões, não tem mais nenhum ativo para vender para cobrir essa dívida, além de estar na segunda recuperação judicial? Conta outra.
Segurança Cibernética
A mudança na direção do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), comandada agora pelo general Amaro, não adiou ou irá impedir a realização de um projeto que está sendo concluído naquela pasta do governo: a criação de uma Agência de Segurança Cibernética. Para quem não está familiarizado com essa proposta, clique AQUI.
Enfim, o “Governo Digital”
Na semana passada indaguei por onde andava o “CIO do Governo”, Rogério Mascarenhas, que ainda não disse a que veio. Saiu uma notícia do vivente. E ele está discutindo de forma “colaborativa” o que irá fazer nos próximos anos na Transformação Digital do Governo Lula. A julgar com quem ele anda conversando para definir uma nova “estratégia colaborativa”, dá para imaginar que será quase a mesma do Governo Bolsonaro, uma das poucas áreas que deu certo, mas com sérios problemas na questão da proteção de dados. Até se reuniu com a equipe que permaneceu no governo e já executou tal estratégia com certo êxito. Reunidos na Enap eles e os intelectuais petistas de São Paulo, que agora comandam o Ministério da Gestão, começaram a discutir o que fazer, depois de quase cinco meses. Temos quatro anos, não tem pressa, viu?
Tudo em casa
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Por falar em “Governo Digital”, eis que os próceres deste governo já estiveram semana passada reunidos em evento debatendo, também, a “Transformação do Estado Brasileiro”. Cujo patrocinador foi a AWS (Amazon Web Services). A mesma multinacional queridinha da nuvem governamental, que reinou absoluta durante o Governo Bolsonaro. Doido para ver a hora em que o Governo Lula irá discutir o retorno dos dados sensíveis para o data center, conforme proposta da Transição.
Tudo em casa 2
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Enquanto isso não ocorre, o “controlador” passa a controlar seus bancos de dados a distância. A Controladoria-Geral da União (CGU) migrou 30 das suas principais aplicações para a nuvem da Amazon Web Services (AWS). São as principais delas: o Fala.BR (ouvidoria), o ePAD (sistema de informações dos procedimentos administrativos correcionais e procedimentos disciplinares), o Portal de Dados Abertos, o serviço de consulta via API do Portal da Transparência e o e-Agendas, sistema eletrônico de Agendas do Poder Executivo Federal. Este último o blog considera como uma bela bosta, pois está sempre desatualizado; a agenda do dia custa a ser publicada e, quando ocorre, a maior parte dos eventos já ocorreu.
Guarda de documentos e LGPD
O Instituto Nacional de Proteção de Dados (INPD) tem um estudo pioneiro sobre períodos de conservação de documentos, que gerou a criação de um Guia de Temporalidade e Conservação de Documentos. O estudo trata sobre a conservação dos documentos que contenham dados pessoais, com base no que determina a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “É um testemunho do nosso compromisso com a criação de um ecossistema robusto de proteção de dados no Brasil. Ao equipar as organizações com as ferramentas e informações necessárias para gerir seus dados de forma eficaz, estamos ajudando a proteger a privacidade e a segurança de todos os indivíduos”, comenta Rafael Reis, presidente do INPD.