Coluna da segunda: e se fosse um empresário no comando do CGI.br?

Saiu a nomeação da jornalista Renata Mielli, até então coordenadora do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e integrante da Coalizão Direitos da Rede, para o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Ela mesma já anunciou nas redes sociais que será a “Coordenadora”, um fato inédito na História do CGI. Só que na realidade são dois fatos. Renata será a primeira mulher a comandar ou arbitrar os interesses internos no Comitê e a primeira representante da Sociedade Civil a presidir os trabalhos. Isso nunca tinha ocorrido antes, pois a coordenação sempre ficou à cargo dos representantes do governo, notadamente do Ministério da Ciência e Tecnologia.

CGI desbalanceou

Renata Mielli pode acabar desbalanceando a relação de forças dentro do CGI.br, pendendo para o lado das ONGS. Será ela quem terá poderes para definir ou atrasar a discussão de pautas de interesse das empresas ou da Academia. Como será o comportamento dela diante da posição que o organismo vem demonstrando ter, de ser contrário às mudanças no Artigo 19 do Marco Civil da Internet – que trata da Liberdade de Expressão – uma proposta defendida pelo Governo e o Judiciário?

Precedente perigoso

Historicamente o governo no CGI.br sempre tem coordenado sem pender para nenhum dos lados. Até agora funcionava como um ‘juiz’ mediando as disputas da Sociedade Civil e as empresas que lidam diretamente com a Internet, além do setor de Telecomunicações. Com essa nova brecha criada pela ministra Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovações, nada impede que no futuro as empresas possam reivindicar o mesmo tratamento dentro do CGI.br e passar a coordenar os trabalhos. Basta que futuramente consigam apoio do próprio governo para isso. E aí fica a questão: se pode uma ONG, por que não uma empresa?

Festão na Dataprev

Hoje é dia de repetir a beca de domingo e ir participar da festa da posse de Rodrigo Assumpção na presidência da Dataprev que ocorre esta tarde na sede da empresa. Soube que pelo menos 130 puxa-sacos se deslocaram do Rio de Janeiro para Brasília, com o custo da passagem ficando para os cofres da empresa é claro. A imprensa, como de costume, não foi chamada para o evento. Até o fim do dia veremos o tamanho do prestigio de Rodrigo Assumpção no Governo Lula. A depender de quem for no evento, até dará para arriscar que a Dataprev será a nova “menina dos olhos” do Lula-3.

PDV da confiança

Bastou Alexandre Amorim assumir a presidência do Serpro e os funcionários darem um “voto de confiança”, através do representante deles no Conselho de Administração, Deivi Kuhn, que a estatal colocou na rua o seu “Plano de Demissões Voluntárias”. Criado ainda na era bolsonarista, mas aprovado agora pelo Ministério da Gestão – que não se manifestou contra e nem fez alguma revisão – o plano é um luxo: dá um pé na bunda do trabalhador sem sequer dizer “obrigado” para a turma.

*Cá entre nós, vocês e o seu “voto de confiança” no Centrão até merecem sair sem levar nada.

Sobre apoios…

Deivi Khun (esquerda de quem vê a foto) e sua turma, sempre se pode confiar. Marcos Mazoni que o diga, quando bancava o Fórum Internacional de Software Livre em Porto Alegre (RS) com as verbas publicitárias da estatal que presidia. Deivi era o “Secretário-Executivo” do evento. Os dois não se desgrudavam nunca também dentro do Serpro, onde Deivi prestava relevantes serviços para os funcionários.

*Sigam o líder e sejam felizes!

Salvem seus cargos

Já que não deu para ser presidente do Serpro, mesmo tendo participado do famoso “churrasco da vitória”, em que se juntou com uma corriola para ter o seu nome como principal candidato ao cargo, Alexandre Ribeiro Motta, cansou de esperar por uma diretoria de consolação na estatal e partiu para outra. Agora conseguiu uma boca de “diretor de Programa da Secretaria de Gestão e Inovação do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. E já anunciou que, como especialista que é, dará todo o seu esforço e dedicação para mudar as regras que hoje comandam as compras governamentais.

Mudar o quê?

O que exatamente Alexandre Motta acha que precisa ser mudado, que já não foi? Não consta que as regras para compras governamentais estejam desatualizadas. Tanto que já foram até enaltecidas pela Secretária Adjunta de Gestão e Inovação, Kathyana Buonafina no Linkedin.

*Acho que você é quem está precisando se atualizar Alexandre. Ou, no mínimo, ficar calado.

Grata surpresa

A deputada Carol Dartora (PT-PR) tem sido a grande surpresa da nova Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados. Apesar de ser “marinheira de primeira viagem” a parlamentar está bem assessorada e tem se valido do regimento interno da casa para impedir que a bancada bolsonarista domine os trabalhos. Ou pelo menos deixa a turma exposta, diante de eventuais desmandos que estejam cometendo. Por conta disso, já foi alvo da misoginia habitual de parte desta bancada, que tem no deputado Bibo Nunes (PL-RS) seu expoente maior.

*Perguntar não ofende: cadê a deputada Luiza Erundina, que ainda não deu o ar da graça?

Estamos salvos

Sinto que teremos impactos positivos nas contas públicas futuramente. A ministra da Gestão, Esther Dweck, por exemplo, está fazendo a sua parte. Nomeou na sexta-feira a “Chefe da Divisão de Gestão de Contratos de Destinação, da Coordenação de Estudos e Projetos Transversais, da Coordenadoria-Geral de Projetos Transversais e Acompanhamento de Destinações, da Diretora de Assuntos Administrativos e Supervisão de Unidades Descentralizadas, da Secretaria do Patrimônio da União, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos“.

*Nada mais “transversal” que isso, não acham?

Leilão de espião

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) realiza nesta terça-feira (04), um leilão, no qual ela irá se desfazer de um total de uma série de equipamentos e até automóveis e motos. Na parte que nos interessa, serão leiloados Notebooks, Tablets, Impressoras e HDs Externos, além de equipamentos de comunicações. Coisa aparentemente velha, mas sempre tem comprador para isso. Já até apareceram.

Minha dúvida é se uma agência de inteligência lá fora se desfaz de equipamentos de informática desse jeito. Como acredito que sempre dá para se recuperar alguma informação apagada, isso não depõe contra os espiões brasileiros? Sei lá, especialistas que expliquem isso. O leilão já está aberto para lances pela empresa especializada FlexLeilões.

Divirtam-se!!

Nas nuvens

O ex-secretário de Logística e Tecnologia da Informação na Gestão Dilma Rousseff, Delfino Natal de Souza, é o novo Diretor de Regional da Extreme Digital Solutions (EDS), o “broker” da nuvem da Secretaria de Governo Digital (SGD). Ex-funcionário da Caixa e vice-presidente na Capgemini, Delfino fará a conexão entre o governo e a empresa na condução dos negócios crescentes com o governo federal e as unidades da federação.

Brasília + TI

O jornalista, Renato Riella, foi eleito pelo terceiro ano consecutivo para presidente do “Brasília +TI” – um evento que reúne as principais empresas do setor de Tecnologia do Distrito Federal, além de representantes dos governos do DF e Federal. Ele foi concebido para ocorrer anualmente com a participação do setor produtivo local e conta com stands de demonstração dos produtos e serviços desenvolvidos aqui. A data e a programação da edição desta ano ainda está no forno. Mas Riella certamente promoverá mais uma grande reunião da TI brasiliense com apoio do Sinfor – Sindicato das Indústrias da Informação do Distrito Federal.