Notícia publicada numa coluna do jornal Zero Hora de Porto Alegre, no último dia 25 de março, assinada pela jornalista Marta Sfredo: “Depois de implantar em Porto Alegre sua primeira unidade no Brasil aproveitando mão de obra disponível com a decisão tomada na época de extinguir a Ceitec, a inglesa EnSilica vai reforçar sua presença no país. A empresa já aumentou equipe e área física em Porto Alegre, com 26 pessoas e espaço para mais 10”.
Coincidência ou não, foi publicada na mesma data em que a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara deveria ter colocado em votação e, possivelmente aprovado – já que todo o governo cochilava nesta data assistindo julgamento no STF contra Bolsonoaro – um projeto de decreto legislativo que retornaria a Ceitec à condição de “empresa estatal em processo de dissolução societária”. Votação que só não ocorreu por falta de quorum e ausência do relator que deu o parecer favorável à aprovação do projeto.
Nada aconteceu contra a Ceitec por acaso. E tudo indica que o mesmo golpe que matou a estatal no Governo Bolsonaro – quando estava pronta para operar e assinar contratos com o governo – voltará a ocorrer até o fim de 2026. Com o silencioso apoio de Luciana Santos e sua turma no MCTI.
Sabem por que? Porque no acordo da Ceitec com a Finep, de R$ 220 milhões a serem desembolsados até 2026, para a fábrica fazer uma reestruturação para a produção de chips voltados para a transição energética do país, uma parte do dinheiro será aplicada em capacitação do pessoal que ainda permanece na estatal.
Ou seja, no fim de 2026, quando a empresa voltar à condição de estar praticamente pronta para dar uma guinada tecnológica no país, espera-se que Lula desista de disputar um quarto mandato e algum candidato da direita retorne ao poder com a mesma proposta de Paulo Guedes/Bolsonaro, de entregar todas as estatais para a iniciativa privada ou extinguí-las.
E sabe o que é mais cruel? Além de novamente o erário gastar para formar e repassar toda a mão de obra para a iniciativa privada, a Ceitec também entregará para o mercado, a preço de banana, os novos equipamentos que estão prestes a serem adquiridos para a renovação da fábrica. Tal como tentaram fazer no governo passado.
*E ninguém vai parar na cadeia novamente por isso. Segue o link da nota da jornalista da Zero Hora:
