Enfim, conforme este blog havia anunciado lá atrás, saiu hoje (10) o anúncio oficial da presença de Jorge Bittar no Conselho de Administração da Telebras. O ex-deputado e ex-presidente da estatal, que faz parte da “Vanguarda do Atraso”, formada na transição do governo pelo ex-ministro Paulo Bernardo e o ex-secretário Cezar Alvarez é um defensor das empresas de telefonia em qualquer programa de conectividade e inclusão digital que este governo fizer.
Sua presença e função na empresa, segundo o comunicado oficial, será a de “representação independente do ministério das Comunicações”. Podem apostar, Bittar irá trabalhar para vender a ideia de uma “parceria” com a V-Tal na rede privativa do governo. A Telebras em princípio seria a gestora dessa rede, mas a estratégia do Ministério das Comunicações será esvaziá-la para abrir espaço a um ente privado.
A V-tal é uma empresa criada para controlar os ativos de rede – ultrapassados tecnologicamente – da Oi que se encontra em uma segunda recuperação judicial. Alegam que as “fibras ópticas da Oi” foram repassadas para essa empresa. Indago: que fibras? A Oi não vivia pendurada em comodato com as fibras do sistema Eletrobras?
A estatal terá de engolir uma parceria com um ente privado na gestão dessa nova rede governamental, aguardem. Um ente privado que, por sinal, tem o ex-ministro das Comunicações, Fabio Faria, como Relações Institucionais do banco BTG Pactual, o controlador da V-Tal. Aliás a empresa de rede acabou de contratar Estela Dantas para o seu quadro de colaboradores nas relações institucionais com o governo. Não por acaso, Estela foi secretária-executiva de Fabio Faria no Ministério das Comunicações.