E a campanha eleitoral nem começou oficialmente ainda. Mas para o Nic.br o “recorde de tráfego é um reflexo do crescimento da Internet no Brasil, que está ligado, entre outros fatores, ao aumento no número de provedores de acesso no país”.
Do Nic.br:
O IX.br (Brasil Internet Exchange) alcançou mais uma marca histórica. Nessa segunda-feira (6/12) atingiu o pico de 20 Tbit/s de troca de tráfego Internet, 43% a mais do que o registrado no mesmo mês de 2020. Projeto do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e apoiado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o IX.br é considerado um dos maiores conjuntos mundiais de Pontos de Troca de Tráfego Internet (PTT).
A marca se refere ao tráfego agregado das 35 localidades onde há presença do IX.br, e está relacionada à maior procura por conexão aos IXPs (Internet Exchange Points, ou seja, PTTs) do NIC.br, explica o gerente de infraestrutura do IX.br, Júlio Sirota. Esse resultado, destaca Sirota, é reflexo do crescimento do número de Sistemas Autônomos em território nacional, redes independentes que se conectam e colaboram entre si, compondo a Internet no país.
“Os PTTs se propõem a interconectar redes em regiões metropolitanas, e o aumento delas impacta na quantidade de participantes no IX.br”, afirma o gerente de infraestrutura, acrescentando que “desde março do ano passado, estamos tendo um incremento no número de empresas interessadas em tomar parte na troca de tráfego, sejam elas provedores de acesso à Internet, ou de conteúdo”.
No caso dos provedores de acesso, Sirota salienta, o setor anda aquecido no país nos últimos anos: “Há muitas empresas sendo criadas para explorar o mercado de conexão à Internet, principalmente nas pequenas e médias cidades, nas quais as grandes operadoras podem demorar mais a chegar, ou não têm tanto interesse em atuar”.
Esse mercado altamente competitivo e heterogêneo começou a se desenhar há cerca de oito anos, impulsionado pela atuação provedores de menor porte e pela veia empreendedora dos pequenos empresários. “Atualmente há mais de 10 mil licenças emitidas pela Agência Nacional de Telecomunicações para pequenos prestadores de serviços de telecomunicações”, informa o diretor vice-presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Eduardo Parajo, destacando que esse modelo, em que há grande número de empresas operando ao mesmo tempo, é uma particularidade nacional.
Na avaliação de Parajo, o IX.br é uma excelente alternativa para que os pequenos provedores de Internet possam interligar-se de maneira mais econômica, efetiva e com melhor qualidade. “O IX.br proporcionou uma distribuição melhor do conteúdo no país e vem criando um mecanismo importantíssimo de melhoria da qualidade, porque quando você acessa um conteúdo de um provedor que está conectado ao IX, não precisa ficar navegando na Internet mundial para achá-lo. Isso realmente ajuda não só os provedores a baratearem seus custos, mas melhora a qualidade para o usuário final e propicia um ganho muito grande para a Internet no Brasil em qualidade e competitividade”.
Para além desse cenário, o avanço do IX.br também está vinculado ao empenho de equipe do NIC, somado a contínuos investimentos em tecnologia. “Nas entrelinhas de todo esse esforço existe o propósito de aprimorar cada vez mais a infraestrutura da Internet no Brasil”, enfatiza Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br.
Como funcionam os Pontos de Troca de Tráfego?
Os Pontos de Troca de Tráfego ou Internet Exchanges são pontos neutros nos quais diversas organizações se interligam para trocar pacotes de dados Internet entre si. Os PTTs são instalados em datacenters e contam com equipamentos que permitem a conexão simultânea de centenas de organizações: empresas de streaming de vídeo, sítios de buscas, redes sociais, bancos, universidades, órgãos de governo, entre outras. Essa união de redes permite que a Internet fique mais veloz, eficiente, resistente a falhas, e com custo mais baixo.
O NIC.br, por meio do IX.br, opera 35 Internet Exchanges distribuídos nas cinco regiões do País. A entidade tem trabalhado ainda para, assim, diminuir a distância entre o conteúdo e seus usuários, o que contribui para melhorar a experiência on-line. São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza são locais onde muitas CDNs (Content Delivery Networks) já têm instalações próprias para distribuição de conteúdo e, por isso, o NIC.br vem investindo no projeto OpenCDN, que promove e facilita a distribuição de conteúdos em cidades, como Salvador e Manaus, e outras que estão atualmente em estudo.