Sem controle regulatório, setor de TI investe menos em gerenciamento de riscos, revela estudo da KPMG

O Setor de TI apresentou característica bastante singular em relação ao gerenciamento de riscos, se comparado a outros setores pesquisados pela ACI Institute e a KPMG. Em sua sexta edição o estudo “Gerenciamento de Riscos: os principais fatores de risco divulgados pelas empresas abertas brasileiras”, foi divulgado ontem (31) pela ACI Institute e a KPMG. A análise é feita com base em ‘dados públicos divulgados nos formulários de referência (FR) de 241 empresas abertas do País. E traçam um panorama dos fatores de risco mais reportados por essas organizações’.

O estudo foi apresentado por Fernanda Allegretti, Sócia-diretora da KPMG Brasil e Sidney Ito CEO do ICS Institute e Sócio em Riscos e Governança da KPMG Brasil.

Embora o setor de TI apresente o maior número médio de riscos reportados (31)…

As empresas de TI, entretanto, são as que menos investem em áreas de gerenciamento de riscos (apenas 40% das pesquisadas responderam que sim)…

Em sentido contrário, os setores que são mais regulados, como os de Comunicações, Utilidade Pública e Financeiro, acabam tendo as melhores respostas quanto ao investimento no gerenciamento de riscos. No caso do setor Financeiro, que figura na quarta colocação no mapa acima, quando a pesquisa olha apenas para os bancos, cerca de 95% dos avaliados acabam respondendo pelos maiores investimentos em gestão de riscos.

“Como a regulação acaba de certa forma exigindo que eu me preocupe com gerenciamento de risco junto com o compliance, esse percentual é maior. E naqueles que não têm essa exigência regulatória o que se vê é o ideal”, disse Sidney Ito .

No entanto ele explica que as empresas de capital aberto não reguladas, mas que estão investindo, acabam fazendo por pressão de seus investidores. “Se as empresas que fazem IPO não conseguirem, por exemplo, demonstrar que têm uma estrutura de governança adequada, com estrutura de auditoria e de gestão de riscos, ela pode até acabar sofrendo uma precificação ruim”, alertou o executivo.

Riscos:

Os 15 principais fatores de risco reportados pelas empresas abertas brasileiras no estudo da ACI Institute e KPMG são os seguintes:

  • Riscos regulatórios: 95%;
  • Condições econômicas e de mercado: 92%;
  • Riscos aos acionistas: 91%;
  • Riscos operacionais: 87%;
  • Riscos financeiros e de caixa: 86%;
  • Riscos jurídicos: 85%;
  • Concorrência: 85%;
  • Riscos associados à execução da estratégia de negócios e/ou plano de investimentos: 83%;
  • Riscos associados à atuação do acionista controlador: 75%;
  • Risco de mudança nas políticas governamentais sobre o setor: 68%;
  • Riscos da Tecnologia da Informação: 67%;
  • Risco de inadimplência: 66%;
  • Riscos socioambientais: 66%;
  • Risco de insuficiência do valor e/ou cobertura dos seguros contratados: 66%;
  • Riscos tributários: 64%.

*Veja a apresentação completa do estudo por Fernanda Allegretti