Ao participar hoje (13) do seminário da revista Voto – Política, Cultura e Negócios, o secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, foi taxativo ao proferir palestra sobre “Privatizações, Empresas Estatais e a Modernização do Estado Brasileiro”.
Segundo ele, todas as quatro estatais sob a “autoridade” do Ministério da Economia serão privatizadas (IRB, Casa da Moeda, Serpro e Dataprev). Porém, mais curiosa, ainda, foi a forma como ele se dirigiu à plateia afirmando que estava “vendendo” a ideia do ministro Paulo Guedes e do presidente Jair Bolsonaro, como defensores das privatizações. Que ele classificou como uma “batalha difícil”.
A fala do secretário mostra que está sendo travada nos bastidores do governo uma batalha, considerada por ele mesmo como “difícil” no qual o Ministério da Economia quer as privatizações ou extinções de todas as estatais, não só as sob seu comando, mas vem enfrentando resistências dentro do governo, sobretudo dos militares.
O próprio ministro Paulo Guedes admitiu isso, quando falou num seminário realizado no BNDES. “Eu falava que tinha que vender todas (as estatais), mas naturalmente o nosso presidente, os nossos militares olham para algumas delas com carinho, como filhos, porque foram eles que as criaram. Mas eu digo, olha que seus filhos fugiram e hoje estão drogados”, disse.
Quem vai vencer essa queda de braços ainda é prematuro avaliar. Porém jogar na cara dos militares como Salim Mattar fez, de que as privatizações na pasta da Economia, estão na autoridade do ministério, não parece ser uma boa política de vizinhança com os milicos.
*Quem leva essa queda de braços? A única coisa que eu sei é que não há um só dia em que este governo não bata cabeça em público. Incrível!