Quem não apoiar Bolsonaro não será “patriota, otimista, parceiro e eficiente”

A Portaria nº 482 publicada hoje no Diário Oficial da União pelo Ministério das Comunicações, cujo titular da pasta Fabio Faria odeia ser chamado de “ministro da propaganda”, traz um manual que orienta como devem se comportar os perfis de governo nas redes sociais. E, se seguirem fielmente o modelo ( e “fidelidade” está contida como regra no manual), isso estimulará o clima de guerra nas redes sociais entre os apoiadores do Governo Bolsonaro e a oposição.

A partir deste manual nas futuras publicações de órgãos do governo serão levadas em conta uma padronização da mensagem baseada em alguns pilares estabelecidos pela antiga e independente Secom, que agora virou uma secretaria do Ministério das Comunicações, mas ainda com força para comandar o discurso e a propaganda governamental baseada nos seguintes discursos:

-” O Governo Brasileiro é PATRIOTA: estimula o amor, a honra e o serviço ao
país”.
-“O Governo Brasileiro é OTIMISTA: quer que o brasileiro acredite em seu país novamente e lute por ele também”.
-“O Governo Brasileiro é PARCEIRO: está ao lado do cidadão, para fazer do Brasil um país melhor”.
– “O Governo Brasileiro é EFICIENTE: traz soluções para facilitar o dia-a-dia e estimular o crescimento econômico do país”.
– “O Governo Brasileiro é COMPROMISSADO: evidencia sempre o seu dever em fazer o país crescer”.

O Manual do Ministério das Comunicações orienta aos órgãos públicos a terem uma linguagem mais dinâmica, evitando textos longos e com chamadas “instigantes”.

E, sobretudo, com maior “personalidade”, levando em conta o discurso do “patriotismo, que expressa o serviço do governo ao país, o otimismo em dias melhores, a parceria do governo com o povo brasileiro, a eficiência na prestação de serviços e o compromisso em fazer o país crescer”.

O “conteúdo informativo” seguirá a narrativa do governo, independentemente da imprensa mostrar que os fatos não condizem com o discurso ou a realidade. Nesta questão, a ordem é não confrontar, mas tentar vender sua versão, através do monitoramento constante das redes sociais.

*Do ponto de vista legal, somente no período eleitoral o governo terá que parar com essa propaganda. Mas a partir daí a missão ficará com o “Gabinete do Ódio”, que não precisa seguir este “manual” para operar nas sombras das redes sociais.