Hoje (24) o site Tele.Síntese, crava a seguinte informação: Vitor Menezes permanecerá na Secretaria de Telecomunicações, transferida do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Ministério das Comunicações.
Oficialmente o ministério ainda nem existe, embora sua estrutura já esteja ativa e sua assessoria até publique atividades do ministro Fábio Faria diariamente nas redes sociais. Não se tem sequer uma ideia se o ministro já escolheu ou não a sua equipe, pois ele ainda não falou oficialmente com a imprensa. Sua agenda também é um mistério.
Mas, levando em conta a real possibilidade de Vitor continuar à frente da Secretaria de Telecomunicações, pois ele na última semana se movimentou em busca de apoio político na banca evangélica da Câmara, resta saber como será o seu comportamento agora no novo ministério.
Vitor foi um dos principais formuladores de uma política de conectividade pública que privilegiou praticamente todos os projetos de banda larga do governo para a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), em detrimento da Telebras. Protagonizou a célebre frase “a mão invisível do Estado”, quando falou na Câmara sobre como o MCTI atuaria nos projetos de conectividade pública e indução de crescimento do setor de provimento do acesso à Internet.
“Só pode haver um”
Frase por frases, este site escolhe a do título acima, para explicar como a Telebras foi relegada à segundo plano quando a Secretaria de Telecomunicações estava sob o controle do ministro astronauta Marcos Pontes (MCTI). O que a levou para o Ministério da Economia que tem planos futuros para a sua venda.
Mesmo sendo membro do Conselho de Administração da Telebras, Vitor Menezes, assim como Marcos Pontes e outros membros do MCTI, lavaram as mãos para o destino da empresa. Passaram a contar com o auxílio da RNP em projetos de conectividade em banda larga, que por ser uma organização “sem fins lucrativos”, traz a comodidade para o ministério de escolher parceiros ao seu bel prazer, sem necessitar de licitações.
Não é à toa que a RNP nos últimos anos recebeu recursos de mais de R$ 1,2 bilhão segundo constam informações do Portal da Transparência.
Novo discurso
Ocorre que agora aparentemente o jogo político mudou. A Secretaria de Telecomunicações passou para o controle do Centrão com o patrocínio do ex-ministro Gilberto Kassab. Que recentemente em entrevista ao UOL afirmou que privatizar a Telebras “seria um crime”, e defendeu o uso da empresa nos projetos do governo de banda larga e conectividade da população mais carente.
Fica a pergunta: como Vitor Menezes vai administrar esse pepino político com a RNP?
O ministro Marcos Pontes recentemente também apresentou os projetos que estavam em sua esfera de controle e agora passaram para as mãos do ministro Fabio Faria, nas Comunicações.
O que Vitor fará? Manterá o orçamento canalizado para a RNP ou terá de reinventar programas para colocar a Telebras como gestora? A decisão final será obviamente de Fabio Faria.
Algum dia Fábio Faria terá de explicar como pretende conciliar dois entes distintos, sendo que um está vinculado oficialmente à sua pasta (Telebras) e o outro na de Marcos Pontes (RNP).