Sempre que a imprensa indagou como era feito o processo de escolha de conselheiros para a análise de processos, a resposta da Anatel foi a mesma: Os conselheiros são escolhidos por meio de “sorteio”.
Só que sorteio na Anatel é que nem enterro de anão. Todo mundo sabe que eles são enterrados, mas ninguém participou de um.
Seja como for, o Conselho Diretor da Anatel decidiu perder o pudor e entregar logo os processos de acordo com os interesses da cada conselheiro ou empresas.
Agora a regra é a seguinte: A empresa pede candidamente ao Conselho que os seus processos sejam todos encaminhados para um mesmo conselheiro.
E o que for “escolhido” faz aquela cara de surpresa, para em seguida aceitar a missão. Com a alegação de que irá “economizar tempo” na análise dos mesmos.
Por enquanto, quem está inaugurando essa nova modalidade Olímpica – o “parecer sincronizado” – é o novo presidente da Anatel, João Rezende.
No dia 7 de outubro o Conselho Diretor aprovou pedido da VIVO para o encaminhamento de seus processos ao conselheiro João Rezende, que na reunião defendeu a proposta da empresa. Um dos processos, inclusive, já tinha sido distribuído para a conselheira Emília Ribeiro. Ela acabou obrigada a encaminhar a documentação para o novo presidente da Anatel.
Mas João Rezende não está sozinho na defesa dessa modalidade Olímpica. Em breve irá ganhar novos desportistas. O Conselheiro Jarbas Valente, por exemplo, já está na fila para “sincronizar” os seus.
* Resta saber quem mais estaria interessado dentro do Conselho em “economizar o tempo” das empresas.