Hoje a Abinee reuniu a imprensa que fala bem para mandar o seu recado de fim de ano. Não deu para ser ao vivo, mas o recado foi dado. A colônia está em festa, afinal de contas, os deuses do liberalismo econômico permitiram o setor escapar da degola dos incentivos fiscais, que viraram pó na gestão de Paulo Guedes.
Aquele ministro da Economia que tem parte com o capeta, que com o seu poder sedutor chegou a ser bajulado no início do governo.
A lógica do “mercado” é sempre a mesma: o Estado brasileiro é um grande banco, uma grande financeira. Serve para ser parceiro na renúncia fiscal, mas não para atuar junto com eles.
Na coletiva de hoje tivemos até o lamento pelo fato de Paulo Guedes não querer investir pesado na colônia e termos uma indústria pujante na área de semicondutores. Mas nem tudo foi perdido, só a decisão de renovar a política de incentivos fiscais deste setor já valeu a viagem.
Os números são horríveis, chega a me causar lágrimas ter de revelar tamanha situação de indigência do setor de informática do Brasil, um país estagnado na Economia:
- 7% de crescimento em relação ao ano de 2020, descontada a inflação
Faturamento de R$ 214,2 bilhões
Crescimento de 17% da indústria de informática
Alta de 24% nas vendas de desktops
Alta de 28% nos tablets
Alta de 35% nas vendas dos notebooks
“Apesar das dificuldades remanescentes da pandemia e das instabilidades do cenário econômico, conseguimos voltar aos níveis de 2019, com crescimento no faturamento e na produção do setor”, bradou o cacique da Abinee, Humberto Barbato.
Entretanto, mostrando-se otimista, como todo colonizado deve ser, Barbato sintetizou numa singela frase a expectativa do setor para o ano de 2022, mesmo com toda a pandemia e a possibilidade de um demônio vermelho voltar a assolar este país:
“Para 2022, esperamos crescimento razoável”, ufa!
Traduzindo em números a enigmática frase de Humberto Barbato:
- Crescimento real (descontada a inflação) de 2% no faturamento (R$ 233,3 bilhões em 2022)
Crescimento de 2% na produção
Crescimento de 2% no nível de empregos
Crescimento de 5% nas exportações
Crescimento de 7% nas importações (porque colônia não pode ter fábrica)
*Agora é torcer para Sérgio Moro conseguir se viabilizar eleitoralmente e continuar gritando a plenos pulmões: “Fora Dilma”, “Fora Haddad”, “Fora Petê”.