Não sei como vou sobreviver por muito mais tempo, mas tem certas coisas que não farei. Uma delas é me aviltar ou enganar leitores com “jabás” travestidos de “notícias”, como a nova e bem paga “geração” do jornalismo online vem fazendo.
Recebi uma proposta, dita pelo interlocutor como “irrecusável”.
Uma assessoria brasileira estava se propondo a me pagar em euros (por matéria publicada), no meu nababesco site, coluna, blog ou “lixo”, seja lá como preferirem chamar.
As “noticias” são do interesse de empresas europeias interessadas em explorar jogos online no Brasil.A condição para ganhar os euros seria não identificar que era matéria paga, ou dar qualquer tipo de conotação de que o texto, que viria pronto, não seria de minha autoria.
Não aceitei e se o futuro que me reserva o jornalismo for esse, me emprego em qualquer canto, faço UBER se necessário, mas insistirei em manter o sonho de uma página na Internet que se propõe a fazer jornalismo.
E dane-se quem não gostar.
Mas o mercado está afunilando, só sobrarão os sites de notícias pré-fabricadas, ou os blogs “progressistas” ou governistas, além dos “antagonistas” da vida. Todos pagos pelo “Deus Mercado” ou o “Deus Governo”.
Para depois te mandarem e-mail sugerindo que você participe de grupos em fundos de investimento ou pirâmides financeiras. Ainda sonho com diretores de Marketing que levam à sério a profissão que abraçaram e as empresas para quem trabalham, investindo em jornalismo.
E não em “influenciadores digitais” que não vendem porra nenhuma, muito menos a boa imagem dos empregadores.
*Mas, como dizia a madre superiora do colégio Sagrado Coração de Jesus: “ta foda”. Vamos seguir remando contra a maré.