Lógica patronal 2

Se o desconto de 1% da folha de pagamento não prejudica os resultados financeiros das grandes empresas de Ti de Brasília, filiadas ao SINDESEI, e o dinheiro repassado – que ninguém sabe ao certo quanto é – cumpre reais os objetivos pelos quais estão estabelecidas desde 2004 nos Acordos Coletivos de Trabalho entre o sindicato patronal e o SINDPD-DF (qualificação profissional dos trabalhadores), então por que as empresas correram até o Ministério do Trabalho e Emprego em 2008/2009, para tentar conseguir verbas no Planseq-TI, para esse mesmo objetivo?

Na época o SINDESEI e representantes do RH de empresas, além de Avel de Alencar, como representante da CUT-DF e do SINDPD-DF, procuraram o ministério para tentar arrancar verbas do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador – que seriam destinadas à requalificação de profissionais de TI (tem também para outros setores econômicos). Estranhei o fato, quando uma fonte me revelou que Avel se apresentou como dono de uma faculdade e que se dispunha a fazer a requalificação pretendida pelo ministério, se recebesse os mesmos 1% da folha de pessoal das empresas de TI do DF.

O plano saiu (foto), mas não andou, pois na época esbarrou na má vontade do CODEFAT – conselho que gere o fundo – e que achou demais um programa ser abrangido apenas por poucas empresas de TI. Confesso que depois não acompanhei mais o assunto, mas não me consta que o Ministério do Trabalho tenha liberado dinheiro para a área de TI. Sei que outros setores já receberam.

O que interessa ao caso é:

1 -Esse desconto não pesa no bolso dos empresários de Brasília?

2 – Preferem não negociar com os trabalhadores a troca desse custo por um aumento mais digno, por exemplo, no auxílio à alimentação ou o ‘vale coxinha’ ?

* Uma coisa é certa. Em algum momento, lá atrás, o SINDESEI tentou se livrar desse encargo, quando foi para o Ministério do Trabalho tentar arrancar dinheiro público para requalificação de trabalhadores de TI. Hoje, os empresários candidamente aceitam manter o repasse, até para a construção de uma faculdade no interior de Goiás.