Talvez tenha sido o ministro mais atacado pela imprensa ao longo do primeiro ano do Governo Lula, mas sobreviveu. O problema de Juscelino continua sendo com a Polícia Federal e com as atividades no mandato de deputado federal. Até agora no Ministério das Comunicações o que se viu foram alguns deslizes que um dia podem lhe render alguma sanção administrativa leve, mas até isso é difícil crer. O fato é: Juscelino Filho sobreviveu às “tempestades”. Agora efetivamente toma posse da sua pasta e fará as nomeações que deseja daqui para a frente.
Não é normal um ministro mudar a composição da sua pasta quando o seu nome é cogitado para cair numa eventual reforma ministerial, que poderá ocorrer no início deste ano. Se a queda ocorrer será a primeira vez que assisto manobra administrativa desse gênero no setor. Mas a leitura política que se pode fazer, com boa vontade, também é que Juscelino ganhou o apreço de Lula e do partido político que o sustenta (União Brasil) e não deve cair. Tanto que, só após os primeiros 12 meses de governo começou a mexer na equipe que herdou do anterior. E mudou até colaboradores que estavam em posições estratégicas há mais de 14 anos no MCOM.
O ministro das Comunicações passa a ter uma equipe que será vista como sua, mesmo que o agraciado tenha sido escolhido por alguma composição política. Vai aqui um lembrete ministro Juscelino: daqui para a frente quando assinar um “cheque” a responsabilidade politico/administrativa cairá efetivamente no seu colo. Portanto, cautela e caldo de galinha não fazem mal à ninguém.
*Mas, se eu conheço o ministro, tenho certeza de que ele não está preocupado com isso. Não mexendo com o fotógrafo, Juscelino aguenta tudo.
Qual o futuro de Max?
Depois de 14 anos comandando todas as políticas públicas de conectividade e inclusão digital do Ministério das Comunicações, o que será que o destino reserva para o ex-secretário de Telecomunicações, Maximiliano Martinhão? Ele é funcionário de carreira da Anatel, portanto, será para lá que ele regressará. Mas depois de tantos anos fora daquele ambiente, que agência reguladora ele irá encontrar? Convém lembrar aos “anatelinos” que possam estar torcendo o nariz para a volta de Max, que na Administração Pública Federal foram poucos os que duraram 14 anos (pelo menos) na “crista da onda governamental” e, ao perderem o poder, voltam para o órgão de origem sem nenhuma mancha no currículo. Max está saindo limpo do Ministério das Comunicações da mesma forma que entrou.
Novo SETEL
Não dá para avaliar agora, se o indicado pelo ministro Juscelino Filho para ser o Secretário de Telecomunicações; Hermano Barros Tercius, irá fazer mudanças profundas nas políticas de conectividade e inclusão digital do Ministério das Comunicações. Natural de Petrolina (PE), Hermano é graduado em Engenheira Elétrica e mestre em Engenharia de Telecomunicações pela Unicamp. Entrou na Anatel em 2005 e tem um currículo apropriado para a função. Até ser escolhido para o cargo sua função era a de superintendente de Fiscalização da Anatel.
Petrolina, meu amor
O novo secretário de Telecomunicações, o petrolinense Hermano Barros Tercius, já pode visitar a terrinha como uma das mais altas autoridades pernambucanas no governo federal. E, como ex-superintendente de Fiscalização da Anatel, não deverá ouvir muitas reclamações do povo de lá. Sua cobertura móvel praticamente cobre toda a cidade com tecnologia 4G e em breve deverá alcançar o paraíso da conectividade com o 5G.
Por exemplo, Petrolina, que é considerada a “Califórnia Brasileira”, no sertão de Pernambuco, tem um Índice Brasileiro de Conectividade (IBC) de 67.94 (a escala vai de zero a 100), quase empatando com o do Estado de Pernambuco que é de 70,23.
Tem uma infraestrutura de banda larga fixa (fibra óptica principalmente), cuja densidade é de 21,2 acessos para cada 100 habitantes. E essa densidade é 79,7% maior que a do estado (11,8).
Petrolina tem 508.208 acessos móveis, o que dá uma densidade de 119,6 a cada 100 habitantes. No comparativo com o estado a cidade tem um volume de densidade/habitante 21,5% maior que Pernambuco (98,4 por cada 100 habitantes).
EACE x Gape
O novo presidente da EACE – Entidade Administradora da Conectividade de Escolas, Flávio Santos, indicado pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deverá assumir o posto nesta segunda-feira. Espera-se que ele esteja ciente de suas atribuições e das pressões políticas que sofrerá vindas do Gape – Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas, controlado pelo conselheiro Vicente Aquino, da Anatel. Que ele saiba exatamente quem é o conselheiro Aquino, com quem vai lidar; e as interferências que este tentou praticar dentro da EACE.
EACE x Gape 2
Se conselho fosse bom eu vendia, mas segue um de graça para Flávio: o Gape é um grupo de ACOMPANHAMENTO e não de formulação de diretrizes. Quem diz como quer que a EACE funcione, como deve gastar e onde deverá gastar os R$ 3,1 bilhões do 5G é o Ministério das Comunicações, de comum acordo com o Comitê Executivo da Estratégia Nacional de Educação Conectada (Enec). Não é o conselheiro Vicente Aquino. Se ele começar palpitar sobre a administração da EACE, a se assanhar para o teu lado, bica ele!
EACE x Gape 3
Aliás, se o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, tivesse algum bom senso, tratava de pressionar a Anatel para mudar a direção do Gape. Criaria uma “presidência rotativa”, com os demais conselheiros assumindo o posto. Vicente Aquino já irritou todos que podia dentro e fora do governo; ninguém mais quer ele por perto.
*Ahh, se possível também manda para o espaço todo o gabinete de Aquino na Anatel que tenha ligações com o Gape. Mas somente aqueles que andaram viajando às custas do contribuinte para conhecer “conectividade escolar” na Espanha, na China…
Dando a real
Alguém precisa explicar ao diretor de Infraestrutura de TIC, Antonio Hobmeir Neto e a turminha bolsonarista dele, que a “DGI” ganhou esse pomposo nome, quase bonito, para diferenciar o real papel que exercerá dentro da Dataprev, o novo braço da Transformação Digital do Governo Lula 3: “Help Desk”.
“ProSerpro”
Não se sabe se foi à mando do presidente do Serpro, Andre de Cesero, ou do vice, Alexandre Amorim. Mas dizem as más línguas, que uma equipe do Serpro foi visitar as instalações do data center da Prodesp, em São Paulo. E que o encontro foi aquele momento: “sinergia é quase amor”.
*A bolsolândia do Serpro se reunindo com a bolsolândia da Prodesp? É de se dar tiros de 38 para o ar!
Pauta requentada
O mesmo povo do mercado de registro e certificação digital, que tentou vender para o blog um suposto escândalo no governo cheio de inconsistências, agora está trabalhando a cabecinha dos colegas da Folha de São Paulo. Espero que a turma não caia nessa. Em todo o caso, se me procurarem, os ajudarei a entender o que está por trá$ dessas denúncias.