Pelo menos o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já começa a abrir o jogo e dizer realmente a que veio. Hoje admitiu que o “PNBTeles” só se viabilizará, se o governo deixar que as empresas de telefonia façam venda casada de Internet, voz e TV por assinatura (“combo” como as empresas gostam de chamar).
Só assim as empresas garantem que chegam aos R$ 35 desejados pelo governo.
Garantem? Não é bem assim.
Elas ainda querem corte de impostos, uso das redes do governo, fundos setoriais, subsídios diretos; que acabam dando uma continha final de R$ 144 bilhões.
Detalhe: O tal plano não deixa claro quem irá por as mãos no bolso, de fato, para pagar a maior parte dessa conta. Se o governo ou as empresas. Tem todas as características do famoso “Acordo Caracu” (vocês conhecem?)
E tal como eu disse outro dia, com base no estudo feito pelo Telebrasil: Internet de pobre é Telecentro.
Talvez seja por essa razão que a Secretária de Inclusão Digital, Lygia Pupatto, esteja em local incerto e não sabido. O ministro está jogando nas costas da pobre da moça, a missão de viabilizar por Telecentro o acesso à rede para 25% da população brasileira, que não tem condições financeiras de pagar o preço mínimo desejado do governo.
Tem mais: Calcule aí: R$ 35 pela Internet + TV por assinatura + mais ponto extra (se solicitarem) + telefone fixo.
Essa conta final não dá para fazer. Mas dá para saber que além dos R$ 35, o povão pagará mais R$ 46 reais (em média), de assinatura básica. Usando ou não o telefone deste “combo” que for vendido pelas empresas dentro do “PNBTeles”. Isso até agora eu não vi o governo negociar com as teles, para ser excluído da fatura.
* Mas pelo amor de Deus. Não contem nada disso para o presidente Lula. Não desejo que ele acabe achando que entregou o governo para o PSDB.