
A confusão começou quando o Superintendente de Administração Geral da Anatel, Rodrigo Barbosa, resolveu bater boca com uma procuradora lotada na agência, que deu um parecer no qual obrigava a Anatel a se submeter à legislação de compras governamentais. Até então, Barbosa sustentava que a agência era autônoma e podia comprar bens e serviços por regra própria, criada sabe-se lá com quais objetivos, mas que certamente não eram aqueles já consagrados na Constituição (moralidade, impessoalidade, publicidade).

Mas a Anatel, aquele paquiderme que não se mexe quando se trata de defender os interesses dos usuários dos serviços de Telecomunicações, agiu na velocidade da luz, na hora de defender os seus interesses corporativos.
Sua Assessoria Parlamentar entrou no circuito para “melar” o requerimento. E obteve 100% de “taxa de sucesso”, com o apoio do deputado Carlos Willian (PTC-MG). Na sessão do dia 24 de novembro, o parlamentar se valeu da ausência do colega Deley, para subscrever o requerimento e solicitar a sua rejeição. Conseguiu.

Leiam a íntegra dos argumentos do parlamentar para rejeitar a convocação de Ronaldo Sardenberg, que deveria explicar as compras de bens e serviços pela Anatel:
“Senhor presidente, a empresa Anatel, todas as vezes que esta comissão ou qualquer parlamentar sempre buscou informações à empresa, ela, respeitando esta casa legislativa, ela sempre atendeu aos requerimentos, ela sempre prestou as informações necessárias. Nós sabemos que a empresa Anatel presta um grande trabalho para o Brasil. Então eu subscrevo esse requerimento e da mesma forma senhor presidente, encaminho para que este requerimento não ‘seje’ aprovado”.
* Sem comentários adicionais.