Ao falar na Câmara dos Deputados sobre a implantação da tecnologia 5G no Brasil, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, deixou claro que a empresa não poderá ser a fornecedora de infraestrutura da rede privativa do governo.
Por um argumento frágil: a empresa não está listada na bolsa brasileira.
Tal critério nunca foi aplicado no Brasil até agora, para impedir um fabricante de participar do mercado brasileiro de infraestrutura de telecomunicações.
Até porque, a Huawei não tem capital na bolsa brasileira, mas tem fábrica no Brasil, cumpre todos os processos produtivos básicos (PPBs) exigidos pela Lei de Informática e contribui para a pesquisa e desenvolvimento no país.
Mas sob o argumento financeiro, os chineses serão impedidos de fornecer equipamentos na construção da rede privativa para corroborar um viés ideológico com base na “Segurança Nacional”.
Que o governo não queira os chineses em sua rede privativa, vá lá. É um direito do governo não querer, desde que apresente argumentos sólidos para impedir um fornecedor de infraestrutura. Mas impedir um fabricante mundial sob o argumento de que a empresa não se interessou em especular com ações no mercado financeiro, é a primeira vez.
Mesmo se tal fabricante tenha indústria instalada no Brasil. Faria chegou a dizer que o procedimento que o Brasil estará adotando é o mesmo que outros países já adotaram para as suas rede privadas de telecomunicações.
No entanto, explicou que tal decisão ainda passará pela análise do TCU. O ministro das Comunicações participou hoje (09) de audiência no Grupo de Trabalho do 5G na Câmara dos Deputados.