Desde já quero esclarecer uma coisa. Em que pese a coincidência de sobrenomes eu e Gilmar Queiroz nunca nos falamos, nunca estivemos em algum evento de TICs que me lembre, ou qualquer outra coisa que possa significar algum contato entre nós. Não foi minha fonte até hoje e nem sei se será, dependerá dele. Isso não quer dizer que seremos inimigos.
A relação fonte/jornalista é algo impessoal, não exige condicionamentos ou imposições de nenhum dos lados. Tudo se resume em trocar ou não informação. Mas dificilmente teremos algum tipo de aproximação ou relacionamento que fuja desse padrão.
O que disser Gilmar Queiroz será publicado, independentemente de ser bom para ele ou a empresa. Da mesma forma também será publicado tudo o que pesar contra ele ou a Dataprev. É simples assim, quando não há expectativas de nenhum dos lados sobre relacionamentos que vão além do trabalho diário de cada um.
Dito isto, esclareço a pedidos de alguns, o que penso da presença de Gilmar Queiroz na diretoria da Dataprev:
1 – Não acredito na possibilidade que o novo diretor ganhe poderes para interferir num eventual processo de privatização da estatal. Soube que muitos funcionários ganharam essa expectativa com a presença dele e espero que não acabem frustrados lá na frente. Mas Privatização não é assunto de um diretor, muito menos da diretoria da Dataprev. Quem decide isso é o Ministério da Economia e o presidente, se autorizados pelo Congresso Nacional. O que eu acho muito difícil na atual conjuntura.
2 – Da mesma forma não terá poderes em questões como, o PDV, Home Office e outros assuntos administrativos. Ele pode ter a opinião dele, mas a decisão será de um colegiado.
3 – A meu ver ele foi nomeado pelo fato de ser um funcionário da casa, um bom profissional que goza de prestígio junto aos colegas de trabalho e que conhece a mecânica que rege o funcionamento da empresa.
4 – Bom para a Dataprev? Sim, se ele quando tomar decisões leve sempre em conta esse fator: os interesses da empresa. E não apenas para agradar amigos ou colegas ou o resto da diretoria.
5 – Também não creio que Gilmar foi escolhido por ter algum trânsito com a diretoria. Acredito que tenha sido lembrado apenas pelo critério da competência e a necessidade de se ter um quadro que conheça a empresa. Coisas que o arrogante ex-diretor André Côrte não tinha e saiu deixando um rastro de caos administrativo e operacional na Dataprev.
6 – A tarefa do novo diretor será justamente estabilizar as operações da empresa. Resta saber se, ao fazer isso, se sujeitará a apagar os danos causados pela incompetência do antecessor, para livrar André Côrte de suas responsabilidades.
7 – Resolver pendências deverá ser o seu primeiro foco de atuação. A Dataprev vinha sendo negligenciada, preparada para a venda. A falta de investimentos acabaram pegando o próprio governo que desejava vende-la no contrapé. A pandemia deve estar ensinando aos defensores da privatização, o que será do Estado quando não puder contar com uma empresa desse porte na hora do aperto.
8 – Só acredito no sucesso do novo diretor se ele puder contar com os seus subordinados. A meu ver, aqueles que não forem da casa e estiverem na sua equipe devem sair. Se não deram certo com o diretor anterior por que dariam agora com ele?
* Já os que forem da casa é problema para Gilmar avaliar o que fazer.