“Gatinho” do Padilha quer diretoria do Serpro para por o cunhado

O único diretor no Serpro vinculado ao PT de Goiás, Luís César Bueno e Freitas, que ocupa área de Administração e Finanças da estatal, está com os dias contados. O ministro Alexandre Padilha (PT-SP), vem se articulando com o Centrão do presidente do Serpro, Alexandre Amorim, para queimar o companheiro de partido. Algum problema administrativo? Não.

Apenas o fato de que Bueno vem sentando em cima dos projetos de Amorim e do diretor de Relacionamento com Clientes, Andre de Cesero, para impedir que a estatal vire uma “barriga de aluguel” para empresas privadas entrarem pela janela no governo sem disputar licitação. No PT é assim: “companheiro que atrapalha, elimina”.

A articulação – dessa derrubada de Bueno na diretoria do Serpro vem sendo feita por Sinval Alan Ferreira da Silva, conhecido internamente no PT paulista como “Alan Gatinho” (foto). Ele já foi Chefe de Gabinete do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, mas migrou para o governo federal à convite do ministro de Relações Institucionais.

“Alan Gatinho” faz parte da famosa “República de Ararandré”, formada por expoentes do PT nas cidades paulistas de Araraquara e de Santo André. Alexandre Padilha e Miriam Belchior (e-ministra do Planejamento e presidente da CEF no governo de Dilma Rousseff), Além de Edinho Silva, são alguns dos principais nomes da política desses locais. Todos têm uma relação política em comum: estão ligados ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em família – “Alan Gatinho” vem se movimentando no Serpro através do Assessor Especial do presidente Alexandre Amorim, André Picoli Agatte (foto). Que dentro da estatal é visto como o “capitão do mato” de Amorim, pois faz tudo o que o chefe manda, mesmo que tenha de comprar brigas com o corpo funcional da empresa.

Essa “sinergia” não ocorre por mero acaso político. André Agatte é cunhado de “Alan Gatinho”, que vem trabalhando para o ministro das Relações Institucionais para garantir essa diretoria na saída do petista Luís Bueno.

*Tem felino demais querendo controlar o Serpro. Já não bastava o “Gato” no Serpros – o fundo de pensão dos funcionários da estatal?

Intervenção na Oi

A situação da Oi cada vez mais caminha para o precipício. Só que ninguém sabe ao certo quem ela levará junto. Se neste mês de março o TCU não aceitar esse novo acordo da Oi, em que repassa para credores aquilo que já nem tinha, vai ficar difícil para a Anatel continuar empurrando com a barriga a decisão de partir para a intervenção. Na agência reguladora ninguém abre a boca para falar claramente disso. Mas no governo há quem discuta internamente e, de forma séria, que a Oi não tem mais condições de continuar a existir. Esse assunto é cabeludo demais. O melhor que a turma da Anatel pode fazer agora é curtir um vinho em Barcelona e deixar para resolver esse vinagre quando retornar ao Brasil.

Custo Luciana

À medida em que se aproxima o prazo da desincompatibilização da ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos – que deverá ocorrer em abril – começam a surgir as denúncias do que ela andou aprontando na pasta com dinheiro público. Certamente ela dirá: “”isso é coisa de campanha política”, já antecipando o discurso que fará quando for candidata à prefeita de Olinda (PE). Mas o fato é que as contas vão aparecer e já estão. Na Folha de S. Paulo, por exemplo, já saiu a denúncia de que Luciana gastou R$ 96,8 mil; só para um evento de “balanço das atividades da pasta em 2023 no Clube do Choro, em Brasília”. A “reunião” ocorreu no 19 de dezembro. Fica a dúvida se teremos outro regabofe deste tamanho no “balanção de atividades” de Luciana quando ela deixar o MCTI.

Aos candidatos à Anatel

Ter o apoio do ministro das Comunicações, Juscelino Filho União/MA) é importante e seria meio caminho andado para conseguir ocupar a vaga do conselheiro Vicente Aquino, que deixa a Anatel em novembro. Mas ter o apoio do senador, Davi Alcolumbre (União/AP), que deverá ser o futuro presidente do Congresso, é fundamental para consolidar o nome. Nada no que tange às nomeações políticas do setor de Telecomunicações deixa de passar pelo gabinete dele.

Monopólio da nuvem

Como se mata o setor de software à médio e longo prazos no setor público? É fácil, basta acompanhar a decisão que o TCU acabou de tomar, na qual chancelou um pregão de R$ 286 milhões com catálogo aberto de interesse do tribunal, da Controladoria-Geral da União e do Conselho Nacional de Justiça. O modelo prevê que os grandes provedores de nuvem apresentarão um catálogo de serviços para escolha dos interessados e determinados serviços até dispensarão a licitação. Ficam algumas perguntas para o setor de software: 1 – Não é fato que, neste modelo só serão escolhidos aqueles que forem “parceiros” dos grandes provedores, que poderão apresentar até descontos maiores que os concorrentes, pois têm a chancela dos provedores? 2 – O setor de software concorda em ser tutelado pelos grandes provedores internacionais de nuvem, que poderão escolher quais os parceiros de serviços que terão acesso aos contratos? 3 – Qual a vantagem para o setor público brasileiro esses contratos de serviços serem pagos em dólar?

Telebras

Se alguém souber do paradeiro de algum diretor de área me avise. Aliás, se alguém souber de alguma coisa relevante que a Telebras esteja fazendo, me avise também. Falam do grande Gesac na conectividade escolar, como se a estatal já não estivesse fazendo há seculos. Só porque renovou o contrato com o Ministério das Comunicações, isso virou novidade?

Recado

Rede social não é para autoridade fazer autopromoção política. E muito menos para revelar a intimidade do quarto de dormir junto com a esposa, em trajes pouco apropriados para a imagem e o cargo que ocupa, ao som de “Tu vai ficar de perna bamba, depois que eu te pegar em cima da minha cama“. É preciso ter um mínimo de compostura. Em 40 anos de coberturas jornalísticas nunca tinha visto algo parecido com o que vi de uma autoridade no Instagram. E vi porque estava em rede social aberta para quem quiser ver. Não estou “hackeando” a intimidade de ninguém. *Abre o olho, garanhão!