Enquanto trama contra a China no 5G, estatal chinesa eleva o capital no Brasil

Se lembram da Powerchina International Group Limited? Em dezembro de 2019 – no auge dos discursos contra a existência das estatais, do então secretário especial das privatizações, Salim Matar – divulguei que essa estatal chinesa estava colocando o pé no Brasil com uma subsidiária e capital social de R$ 45,5 mil. De olho em negócios na área de infraestrutura hídrica, elétrica, rodoviária, ferroviária e na construção civil.

Um ano e sete meses depois, a estatal chinesa eleva o seu capital para R$ 2.703.123,73.

O anúncio foi feito hoje (05/08) no Diário Oficial da União, pelo Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.

Os chineses estão buscando expandir suas atividades no Brasil em setores como: obra hidráulica, obra elétrica, rodovias, auto-estrada, ferrovias, metrôs, portos, hidrovias, aeroportos, construção de moradias, instalações municipais, engenharia de ferrovias, engenharia civil e qualquer forma de projeto, fornecimento e construção – EPC.

“O principal escopo de negócios da Filial é fornecer serviços relacionados aos vários projetos de construção e construção de infraestrutura, incluindo, mas não limitado a, desenvolvimento de projetos, contratação geral, assistência técnica, consultoria de engenharia, gerenciamento, administração, todos os tipos de engenharia necessários para financiamento e investimento, projeto de contratação geral para acordos técnicos e/ou qualquer tipo de contrato e qualquer outro contrato legalmente permitido”, descreveu o Ministério da Economia sobre as atividades da multinacional e estatal chinesa, quando autorizou sua operação no Brasil, em dezembro de 2019.

Enquanto isso o Brasil continua tentando se desfazer de suas estatais, por entender que elas não devem se meter em atividade econômica privada.

*Em tempo: está previsto para hoje o desembarque de missão norte-americana, que vem sacramentar junto ao governo brasileiro um acordo para barrar a presença da Huawei no fornecimento de infraestrutura de redes 5G no Brasil.