Enquanto MCTI patina com a Ceitec, nos EUA 460 empresas querem subsídio para fabricar chips

Enquanto o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação gasta o tempo sem dar uma satisfação pública sobre como pretende reativar a Ceitec S/A, única fábrica de semicondutores da América Latina, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos informa que mais de 460 empresas manifestaram interesse em obter subsídios do governo para a fabricação de chips no país. Nos EUA o Governo Biden abriu linha de crédito de US$ 52,7 bilhões (em torno de R$ 254 bilhões) em subsídios, para incrementar a produção de semicondutores no país.

O programa é conhecido como “Chips for America” e foi lançado pelo presidente Joe Biden para recriar um setor que estava concentrado na Ásia. Os EUA, assim como todo o mundo, sofreram com a escassez de chips provocada pelas constantes crises geopolíticas que mantém com a China e após a paralisação fabril provocada pela pandemia Covid-19.

O governo norte-americano reportou que, até o momento, foram anunciados US$ 166 bilhões de investimentos em semicondutores no país. “A América será mais uma vez líder na fabricação de semicondutores e menos dependente de outros países para nossas cadeias de fornecimento de eletrônicos ou energia limpa”, disse o presidente Joe Binden.

O Departamento de Comércio começou a aceitar pedidos em junho para o programa de subsídios de US$ 39 bilhões para a fabricação de semicondutores nos EUA, bem como equipamentos e materiais para a fabricação de chips, mas ainda não concedeu nenhum subsídio oficialmente. Foi criada uma estrutura com mais de 140 funcionários. A lei dos chips também inclui um crédito fiscal de investimento de 25% para a construção de fábricas de chips, estimadas em US$ 24 bilhões.

“Finalmente estamos fazendo os investimentos há muito esperados para garantir nossa segurança econômica e nacional”, disse a repórteres a secretária de Comércio, Gina Raimondo. “Mas estamos fazendo o certo. Não estamos assinando cheques em branco para nenhuma empresa que nos peça”, adicionou.

A lei de chips também dedica US$ 11 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de fabricação avançada de semicondutores. O ponto focal será o Centro Nacional de Tecnologia de Semicondutores. Gina Raimondo informou que as discussões entre os departamentos de Comércio, Defesa, Energia e National Science Foundation estão em andamento para estabelecer o centro “para melhor integrar pesquisa e desenvolvimento e esforços de força de trabalho em todo o ecossistema de semicondutores”. 

*Com informações da Agência Reuters e do portal Convergência Digital.