O ex-diretor Jurídico e Encarregado de Proteção de Dados do Serpro, André Sucupira, foi cedido pelo Serpro para trabalhar na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo – Prodesp, estatal paulista que virou santuário de bolsonaristas que atuaram na TI do governo federal. Sua transferência saiu hoje no Diário Oficial da União. A “Prod” terá de arcar com todos os custos que a transferência acarretará, embora ele tenha tentado empurrar a conta para o Serpro, mas o pedido foi negado Conselho de Administração.
O curioso é que Sucupira não está sendo transferido com a aprovação da diretoria. Pelo menos não da nova diretoria. Porque esta ninguém sabe quando será nomeada. Ele não está sendo “ejetado” da cadeira de diretor por ação ou desejo de algum diretor petista. A iniciativa de se afastar temporariamente do Serpro é dele. Ele não quer “trabalhar” para o “Governo do Petê”. Interessante isso, pois como advogado Sucupira deveria saber que ele é concursado e servidor do Estado Brasileiro e não do Governo Lula.
Mais curioso ainda é que a decisão de liberá-lo para trabalhar na Prodesp foi assinada em Portaria pela “Superintendente de Gente e Cultura”. Ou seja, a saída de André Sucupira foi efetivamente pela porta dos fundos do Serpro.
É só mais um caso de diretores da estatal que se cansaram de esperar pela chegada da nova diretoria para realizar a troca de comando. A incompetência deste novo governo para nomear está deixando a estatal numa situação de ser gerida por superintendentes.
Sucupira a partir de agora não tem qualquer responsabilidade pelo que acontecer durante esse hiato da troca de comando no Serpro. Nem ele, nem Gileno Gurjão e nem tampouco o General Antonino Guerra, que já trabalham para o Governo de São Paulo. Também deixaram a diretoria após esperar pela chegada de novos diretores que até agora sequer foram anunciados pelo Ministério da Fazenda.
*Manterei a minha postura de não sair fazendo caça às bruxas de funcionários públicos que trabalharam no Governo Bolsonaro. Trabalharam para este, assim como trabalharam para outros anteriores. O critério para a permanência de um funcionário num cargo de confiança é o da competência técnica. E o sujeito deve confiança ao Estado e não a governos. Mas este caso aqui é especial e merece ser informado, porque a decisão de não servir ao Estado Brasileiro – que não se resume ao Governo Lula – foi tomada pelo próprio funcionário. E sua saída mostra a situação de abandono em que se encontra a maior empresa pública de Tecnologia da Informação e Comunicações da América Latina.