Deve ser alguma competição no governo para eleger “quem conecta mais”

Existem duas certezas no Brasil proporcionadas por governos e não importa quais: 1 – Se for para não fazer nada, não ter resultados e ganhar tempo, crie um “Grupo de Trabalho” ou “Comissão de Alto Nível” ou; 2 – faça programas de inclusão digital/conectividade que possam ser chamados de seu. Não bastassem os 11 programas que envolvem conectividade e inclusão digital no Brasil, informados no relatório do ministro Antônio Anastasia do Tribunal de Contas da União, que gerou o  Acórdão 2082/2023 – Plenário; agora caminhamos para um décimo terceiro programa governamental, que visa a conectividade móvel.

E isso porque a auditoria da Corte não viu que já existia um décimo segundo progama no Ministério das Comunicações, porque os Correios também chegaram a anunciar a “doação de chips de telefonia móvel” para serem usados em terras Yanomami.

Não foi um “mico”. Foi um gigantesco “gorila” proporcionado pelo ministro Juscelino Filho e o presidente dos Correios, Fabiano Silva, porque só os dois não sabiam que naquela região indígena o sinal das operadoras não pega. Quem teve de consertar a situação foi a Telebras com o sinal de satélite do programa Wi-Fi Brasil.

ConectaBR

Agora vamos para o décimo terceiro programa lançado no sábado passado por Juscelino, que promete uma cobertura celular de primeiro mundo, com velocidade que já deveria ser o padrão contratual das empresas com a Anatel há anos, quando compraram faixas de frequência.

Denominado “ConectaBR”, o novo programa foi lançado na querida São Luiz (MA) do ministro das Comunicações, após uma “blitz” na capital maranhense (foto central) feita por ele e os técnicos da Anatel, que mediram a qualidade do sinal das operadoras. Sabem como é, campanha municipal a caminho…

Dúvida

Só não ficou claro se o “ConectaBR” irá absorver as atribuições do “Conecta Brasil”, criado no Governo Bolsonaro, que na época extinguiu o Ministério das Comunicações e passou a estrutura da pasta para o astronauta Marcos Pontes no MCTI. O projeto também tinha a nobre missão de  “promover a inclusão digital” em todo o território brasileiro, e “as conexões eram direcionadas, prioritariamente, para comunidades em estado de vulnerabilidade social”. 

*E aí ministro? Vamos de programas siameses em conectividade móvel e banda larga, ou veremos um discretamente engolir o outro, até que a campanha eleitoral para as prefeituras termine no ano que vem?