Esse valor foi orçado no seu “Plano de Ação 2021”, que traça uma estratégia fictícia de gestão de marca para ser implementada até 2025, considerando que a empresa está no calendário de privatizações do Ministério da Economia para ocorrer até o final do ano que vem.
O documento em poder deste site ainda é um esboço do planejamento, que já foi aprovado, mas faltam informações sobre gastos que serão feitos em algumas áreas estratégicas. A preocupação, entretanto, parece que é mais com a imagem institucional do que com essas áreas. Pois esta já está definida.
Embora seja um planejamento a ser executado até 2025, os valores constantes como gasto da área de Marketing da empresa somente levam em conta o próximo ano. Se ajustados para até 2025, então a Dataprev hipoteticamente gastará algo em torno a R$ 22,4 milhões com sua imagem institucional.
E gastará com o quê?
O maior volume desses gastos será com a participação de “eventos corporativos” (R$ 2 milhões), o que dá uma média de R$ 166 mil por mês. É muito evento para a Dataprev mostrar o seus feitos como empresa de tecnologia, cujo carro-chefe tem sido o Auxilio Emergencial do Covid-19, que provavelmente nem continuará a ser pago no ano que vem pelo governo.
Redes sociais são prioridade da estatal (Facebook, Twitter, LinkedIn e Instagram). Quanto maior o volume de “likes” a empresa mais se considerará reconhecida pela opinião pública. A meta da empresa é obter em torno de 30% de crescimento de “seguidores” na rede a cada trimestre.
Uma visão “moderna” de como uma empresa se posiciona no mercado, que é bastante duvidosa em termos de retorno de imagem, pois as taxas de engajamento sempre são infinitamente menores do que a visibilidade em si de determinada postagem promocional da empresa. Mas, essa é a marca registrada de um governo “ungido” pelas redes sociais.
A empresa cita “patrocínios” mas dificilmente será na imprensa especializada. Normalmente a Dataprev tem gastado com eventos online, devido ao período de confinamento da Covid-19. Recentemente pagou patrocínios que somam R$ 70 mil por aparição em eventos feitos por meio de videoconferência e de apenas um único dia.
Sobre patrocinar a imprensa especializada, não me refiro a este blog. Entendo que ele está fora dos “padrões da rede” (no máximo uns 10 mil leitores/mês). Mas há veículos especializados com muito maior visibilidade que sequer são cogitados pela empresa. O negócio da Dataprev, como em geral também é do mercado de TICs, é ganhar um “like”, e só.
*Porque Imprensa especializada é problema das assessorias de comunicação. Contratadas pelas empresas para depois ficarem implorando por uma publicação que assegure prestígio no mercado. Que sempre é gratuita, pois ninguém que seja sério na imprensa cobra por isso.