Coluna de segunda

Tudo em paz

Agora que tudo ficou esclarecido no Serpro bola pra frente. Alexandre Amorim foi escolhido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e nomeado pelo presidente Lula. Aos funcionários, falou que era um sonho poder comandar a maior estatal de Tecnologia da Informação do mundo, mas que eu prefiro que fique restrita à América Latina para não causar ciumeira nos russos e chineses. Pretende ser carinhoso e atencioso com os funcionários. Para isso conta com o “voto de confiança” de Deivi Khun, o novo interlocutor dos trabalhadores com o presidente da empresa. Pedi entrevista para Amorim para tentar entender melhor essa relação de amizade sincera entre ele e Deivi Khun, mas o presidente do Serpro só responde perguntas por escrito. Pode esperar sentado pelas minhas. Sinto que este blog terá mais quatro anos de constantes pancadarias com a direção dessa estatal que deixou de ser “bolsonarista” mas pretende continuar aplicando métodos “bolsonaristas” de Comunicação.

*Para este blog isso não será nada demais. Só mais alguns anos de espera, até que o PT assuma o governo e o Serpro.

ANPD e a batalha das multas

Surge a primeira tentativa de barrar a atuação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) na aplicação de multas contra empresas que não cumpriram a Lei Geral de Proteção de Dados. Um projeto de Decreto Legislativo apresentado pelo deputado Jorge Braz (Republicanos/RJ) visa sustar os efeitos da aplicação de multas em casos que tenham ocorrido antes da publicação da norma, publicada em 24 de fevereiro deste ano. Dificilmente a ANPD iria retroagir para o que ocorreu antes da publicação da norma das multas. Porém a confusão começou quando o diretor presidente Waldemar Ortunho deixou sugerido que a partir de agosto de 2021 as empresas poderiam ser punidas com multas. A pegadinha do projeto do deputado está no ponto em que ele também insere no impedimento de tomar multa, as empresas que estejam com processos em andamento na ANPD (provavelmente de agosto/21 para cá). O interessante é que um obscuro deputado, que não teve até agora nenhuma atuação na área de proteção de dados, do nada aparece querendo impedir a ANPD de cumprir o seu papel. Qual será a empresa que tem processo aberto e estaria por trás dessa manobra, inclusive na elaboração da justificativa desse Decreto Legislativo?

Período sabático

Juscelino Filho, o ainda ministro das Comunicações, informa por meio de sua assessoria de imprensa que tirou o mês de março para concluir suas “entregas” dos 100 primeiros dias de governo. Portanto, não está concedendo entrevistas para a imprensa.

Que pena, teria tanto a perguntar para ele. Por exemplo, que eventos ele pretende fazer no Ministério das Comunicações que justifiquem contratar uma empresa do ramo por R$ 5 milhões.

Bolsa Internet

Desde a transição, quando a vanguarda petista do atraso, formada por Paulo Bernardo, Cezar Alvarez e Jorge Bittar, trabalhava acreditando que voltaria para o governo, que essa proposta da Conexis – entidade que representa as empresas de telefonia – vem sendo discutida. Sem contar que já no Governo Bolsonaro a mesma ideia estava em gestação. Internet para pobre, onde não dá lucro as teles só colocam se o governo bancar. Agora querem ver a gritaria? Digam que o dinheiro que seria usado nesse programa safado irá para a Telebras levar a internet onde elas não querem ir.

Bolsa Internet 2

Não interessa a cor da bandeira partidária, quando se é para subsidiar as teles para fazerem inclusão digital no Brasil sempre aparecem as mesmas raposas defendendo projetos similares. Foi assim com o PNBL, não seria diferente com o Bolsa Internet. Curioso nessa história é que as teles devem ao país R$ 40 bilhões, por terem adquirido licenças de 5G baratinhas, num leilão não arrecadatório. Na proposta das empresas elas querem por as mãos no Fust – Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações para bancar esse projeto. Dinheiro que está no BNDES para financiar qualquer proposta nessa direção. Por que não vão lá tomar emprestado?

Luciana fitness voltou!

Semana passada disse que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações tinha cancelado a contratação de um preparador físico. Pois a licitação voltou a andar. O que não anda naquele ministério são as nomeações para as secretariar do MCTI. Havia uma previsão de que sairia hoje, mas não rolou. A ministra marombeira Luciana Santos já tem o que mostrar nos primeiros 100 dias de governo. Concedeu reajuste nas bolsas dos cientistas, economizando no pagamento dos salários dos secretários e equipes.

Enrolados

O “Desenrola” programa de renegociação de dívidas online, virou um grande mistério. O Serpro tirou o seu da reta ao não responder às perguntas que este blog fez, por exemplo, se teria recebido incumbência do Ministério da Fazenda para desenvolver a tal plataforma. Pegou as perguntas do blog e jogou no colo do Ministério da Fazenda, alegando que não fala pelo “cliente”. O ministério, por sua vez, não respondeu até agora. Dentro do Serpro o que se sabe é que não há demanda nessa direção na área de Desenvolvimento. E do Ministério da Fazenda o que se sabe informalmente é que a pasta chamou o Banco do Brasil para realizar o serviço, via BB Tecnologia (ex-Cobra Tecnologia).

*Seria pedir demais para alguém se habilitar e assumir essa tarefa?

Mãos à obra, Amorim fofinho!

Coisa mais linda, mais “fofinha” – como disse certa coleguinha no Instagram – é ver o sorridente Alexandre Amorim fazendo um ‘beija-mão’ com a ministra da Gestão, Esther Dweck, no lançamento de uma plataforma de informações de obras desenvolvido pelo Serpro. Não exatamente pelo Serpro da gestão Amorim, mas…

*Quem se importa com isso? Pai é quem cria, né?

A combativa Comunicação serpriana não perdeu tempo, saiu caçando ministros na solenidade no Palácio do Planalto para gravar imagens de um Amorim em total sintonia com o ministério do petê paulista e suas ramificações cariocas.

*Mas o que mais me chamou a atenção foi ver funcionária achando “fofinho” o presidente do Serpro ser um homem sorridente. hahahahaha

Sem saída

A gauchada do Serpro em Porto Alegre que se cuide. Foi revogado o processo de escolha da empresa que iria construir uma escada de saída de emergência externa no prédio.

*Vão ter de sair pela janela mesmo.