Este blog renova o seu compromisso de informar e também buscar o “lado B” da notícia, aquele que alguns preferem que não seja exposto ao público. Se mais não foi feito ao longo de 2023 foi porque este blog é pequeno, não tem estrutura para competir com os grandes veículos da Imprensa. Mas não tem problema algum, seguiremos na luta.
*A gente pode não ser um grande veículo de comunicação, mas somos mais bonitos. Feliz 2024 e salve-se quem puder!
“Sururu na BBTS“
Desde que assumiu o posto de diretora de Clientes, Operações e Serviços na BB Tecnologia e Serviços (antiga Cobra Tecnologia), este Mês, a funcionária Erica Santos vem recebendo uma saraivada de críticas dentro da empresa com relação à sua presença no cargo. A bronca contra ela vem do meio sindical e de funcionários insatisfeitos com a nomeação, que acusam Erica de já ter produzido casos de assédio moral dentro da empresa. Érica começou a sua carreira na então Cobra Tecnologia como terceirizada. Mas em 2010 foi aprovada em concurso público para o quadro de funcionários. Sempre ocupou cargos de chefia, até que agora tornou-se a primeira mulher a assumir uma vaga na direção da empresa.
Chateado
Recebi um pedido na véspera do Natal vinda do Banco Central para fornecer o e-mail de contato do blog. Motivo: o presidente, Roberto Campos Neto, enviaria uma mensagem para os jornalistas. Claro que não veio nada. Por que a Assessoria de Imprensa do BC – que já tinha deixado claro que “não tinha interesse” que Campos Neto concedesse ao blog uma entrevista para falar sobre a sua visão de transformação digital no sistema financeiro do Brasil – se daria ao trabalho de mandar mensagem de Natal dele?
Imortal
Reparem nessa foto. Tirando o diretor de Relacionamento com Clientes do Serpro, André de Cesero (lado esquerdo de quem olha a foto, de paletó cinza), o resto já virou nitrato de pó de merda na direção da estatal. Teve até um ex-juiz que despencou do galho ainda no Governo Bolsonaro e perdeu vaga no STF. Já André de Cesero segue firme como uma rocha. Praticamente atua como se fosse o presidente, depois que abateu dois candidatos do PT à vaga. Nessa manobra política contou com a parceria de um tal de Alexandre Amorim, que ninguém sabe exatamente qual é a função que ocupa no Serpro.
Vazou geral no Serpro
Em julho de 2020 o Tribunal de Contas da União partiu pra cima do Serpro, por conta de um contrato pilantra assinado com a consultoria PricewaterhouseCooper (PwC) no valor de R$ 12.317.301,14. Esse acordo foi denunciado pelo blog e visava constatar possíveis fragilidades nos sistemas gerenciados pelo Serpro. O TCU constatou que houve um sobrepreço de 56% e não havia motivos para uma contratação direta. Pois agora, três anos depois dessa confusão, o blog fica sabendo que a Controladoria Geral da União (CGU), a pedido da Receita Federal, investigou acesso indevido da PwC aos códigos-fontes de alguns dos sistemas de sua propriedade, sob custódia do Serpro. A Receita não foi notificada e nem deu autorização prévia para isso. O que fez com que os auditores da CGU levantassem o risco de vazamento de dados. Sabem quem foi punido por esse problema? Ninguém.
Supersônico francês
Não se trata de nenhum jato francês que o governo esteja adquirindo. O “supersônico” neste caso foi o pregão 55/2023 realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para “aquisição de subscrição de plataforma tecnológica para anonimização de dados, tokenização, gerenciamento de chaves criptográficas, controle de acesso, visibilidade e rastreabilidade da utilização de dados, incluindo serviços de instalação, configuração, treinamento, garantia e suporte técnico do fabricante por 24 (vinte e quatro) meses“. A entrega das propostas ocorreu no dia 7 de dezembro e a sessão pública ocorreu no dia 22 de dezembro. No dia 26 de dezembro foi realizado o pregão e a homologação saiu no dia seguinte (27). A empresa CLM Software – uma distribuidora da francesa Thales no Brasil, que até então não tinha relações comerciais com o governo – levou o contrato no valor de R$ 25.943.373,72. Um espetáculo de eficiência!
Escolas conectadas
Deixa eu dar uma forcinha para os meus colegas jornalistas que não cobrem essa área, mas podem ter de escrever em 2024 sobre a “Estratégia Nacional de Educação Conectada”. A “Enec” visa dotar 138 mil escolas públicas com acesso à Internet significativa e equipamentos para garantir a educação digital. É com esse mapinha que o Comitê-Executivo da Enec deverá trabalhar ao longo dos próximos anos, que faz uma radiografia da situação das escolas em relação à conectividade. Ele foi elaborado em conjunto pelo MEC/MCOM. Divirtam-se!
Herança maldita
Bruna Boner assumiu em público o controle da Globalweb (antiga TBA Informática) no lugar da mãe, Cristina Boner, desgastada no setor de informática após ter sido envolvida em diversos escândalos ocorridos em Brasília nos últimos 30 anos. Da maioria Cristina se safou, inclusive por decisões do Judiciário, como foi o caso da “Caixa de Pandora”. Mas tudo tem um preço e o que Bruna está herdando de Cristina para pagar agora é uma multa de R$ 27 milhões imposta pela Dataprev por serviço não executado.
Herança Maldita 2
A multa foi contestada por Cristina na Justiça, que concedeu liminar para a Globalweb ganhar tempo e tentar negociar um acordo para reduzir o valor e prazo de pagamento. Mas, pasmem, a empresária propôs pagar apenas R$ 3 milhões em 10 anos. Essa negociação está travada desde 2022, no apagar das luzes do Governo Bolsonaro, que Cristina apoiou. O então presidente da Dataprev, Gustavo Canuto – que é funcionário público – ao ver que o acordo poderia acabar mandando alguém para a cadeia, protelou ao máximo para não assiná-lo. O esqueleto acabou empurrado agora para o atual presidente da empresa, Rodrigo Assumpção.
Herança Maldita 3
Curiosamente, a multa de R$ 27 milhões que deveria ser paga pela Globalweb vem de 2014, de um contrato assinado e não executado por Cristina Boner durante o Governo Dilma Rousseff. E o presidente da Dataprev na época era o mesmo Rodrigo Assumpção de agora no Governo Lula 3. Indaga-se: e aí Rodrigo? Vai mandar a Globalweb para o pau ou concederá esse “perdão”?
“Identidade Segura”
O “Grupo Meta“, que desenvolveu no Ministério da Justiça o aplicativo “Celular Seguro” e pode acessar os dados e a navegação dos cidadãos nas redes, também se diz participante do projeto que criou a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN). Essa informação é “Fake News” também, Ricardo Cappelli?
Chá de sumiço
Cadê as ONGs que defendem os direitos na rede? Vou insistir nessa pergunta até que apareça alguma, ou algum ativista nessa área, para dizer o que pensa de um aplicativo que, para bloquear um celular roubado, pede acesso irrestrito aos dados do cidadão e vai rastrear a rede e a navegação dele. Uma hora essa turma desce do palanque e aparece para comentar ou dar um pau nesse blog. Venha!!!