Na “live” com os funcionários do Serpro, em que a direção tenta pressionar os funcionários a aceitarem o retorno presencial ao trabalho, o presidente interino do Serpro, Gileno Gurjão Barreto, não apresentou nenhum argumento plausível para corroborar sua tese de que o home office não é mais necessário no combate à pandemia do Coronavírus.
A participação de Gileno na “live” da diretoria com os funcionários chega a ser engraçada, nos detalhes. A começar, por exemplo, pelo fato do presidente, de casa, defender o fim do home office dos trabalhadores que comanda.
Também ficou claro que Gileno Barreto desconhece os números de funcionários federais que ainda estão em regime de home office, para justificar a proposta. E demonstrou que tem pouco conhecimento sobre o que faz a empresa, pois custou a lembrar alguns dos principais serviços que a empresa vem entregando para um governo que se diz em profunda e constante “transformação digital”.
Em tempo, o home office acabou proporcionando uma redução dos gastos administrativos no governo da ordem de R$ 1 bilhão.
Home Office
No último dia 16 de setembro, o próprio governo, através da Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia (SGP/ME), informou que 63.369 servidores públicos federais civis ainda estavam trabalhando em casa. E pelo menos foram registrados 1.423 casos da Covid-19 confirmados entre os servidores públicos federais.
Portanto, o “cliente e acionista” (governo) ainda tem um contingente muito alto de trabalhadores em home office, para justificar a volta dos funcionários do Serpro ao trabalho presencial. Isso, considerando que eles precisassem da presença dos funcionários da estatal para alguma coisa.
E a secretaria ainda informou o seguinte: “conforme dados atualizados pelas próprias universidades e institutos federais, atualmente, 288.217 servidores – ou seja, 98% da força de trabalho da RFE – estão em trabalho remoto”.
Se somarmos os 63.369 servidores dos outros órgãos e entidades da Administração Pública Federal com esse contingente de pessoal da área federal de Educação, o total de servidores trabalhando em casa chega a 351.586 funcionários.
E durante todo o período de confinamento, até agora, não há registros de que o Serpro tenha deixado o cidadão na mão com algum serviço demandado por eles nos seus sistemas ou o governo federal em seu processo de digitalização dos serviços.
*Contra números, caro Gileno, não há argumentos. A única coisa clara nessa “live”, é que um presidente de estatal parece não conhecer direito o trabalho da empresa que dirige. Mesmo que remotamente