
O Serpro participou no último dia 26, da mesa-redonda internacional “Global Digital Government”, dentro da programação da World Artificial Intelligence Conference (WAIC), em Xangai, na China. No evento, o primeiro-ministro da China, Li Qiang, propôs a criação de uma organização para a cooperação global em Inteligência Artificial, que seria uma alternativa ao novo plano de IA lançado pelos Estados Unidos, na disputa entre os dois países pelo controle da tecnologia.
Com o tema “IA pública em escala nacional: o Gov.br e o futuro do atendimento cidadão com segurança e inteligência”, a apresentação liderada por André Agatte, diretor de Negócios, Governo e Mercados do Serpro, posiciona o Brasil como exemplo de transformação digital baseada em valores públicos com escala, segurança e propósito.
“O Gov.br é mais do que um serviço. É uma infraestrutura pública digital desenhada para gerar impacto real na vida das pessoas e desburocratizar o Estado. Para o governo brasileiro, ser digital é um direito do cidadão, e não um privilégio. É isso que o Serpro representa nessa missão: um modelo de inovação orientado por valores públicos e tecnologia de Estado”, afirmou Agatte.
Além de apresentar o modelo brasileiro, o Serpro também contribui com uma agenda estruturante para os países do BRICS, voltada à interoperabilidade entre as Infraestruturas Públicas Digitais (DPIs). A proposta foi desenvolvida com base na experiência concreta do Gov.br, em diálogo com modelos internacionais, como o India Stack, e está ancorada em cinco princípios técnicos: padrões abertos, arquitetura modular, interoperabilidade transfronteiriça, IA ética e preservação da soberania digital por design.
Rafael Ferreira, gerente de Internacionalização do Serpro, apresentou a palestra “Interoperability for Digital Sovereignty: a BRICS Vision for Shared Digital Public Infrastructure”, em que detalhou a visão brasileira para uma infraestrutura digital pública compartilhada no BRICS. A partir da atuação do Serpro no grupo técnico do bloco, ele destacou que o desafio não é criar um padrão único, mas sim integrar diferentes realidades nacionais com soluções escaláveis, éticas e inclusivas, alinhadas aos valores do Sul Global.
“Uma DPI no BRICS precisa ser aberta, modular e sensível ao contexto de cada país. O que propomos é integração real, não conformidade forçada”, disse Ferreira. O Brasil propôs ações concretas como a criação de um laboratório de interoperabilidade e um playbook conjunto de serviços digitais, com participação de startups do Sul Global e mecanismos compartilhados de financiamento.
Expansão internacional com base na “soberania” digital
A atuação do Serpro na WAIC 2024 está alinhada à estratégia da empresa de expandir sua atuação internacional, posicionar o Brasil como referência em soluções públicas baseadas em inteligência artificial e consolidar o papel do Serpro como o operador da infraestrutura digital do Estado brasileiro.
“A transformação digital em escala nacional exige velocidade, soberania e cooperação técnica internacional. E ninguém faz isso sozinho. Esta missão reforça a importância de o Brasil compartilhar experiências concretas e liderar, junto ao Sul Global, o desenvolvimento de infraestruturas digitais públicas que realmente funcionam para a sociedade”, concluiu Agatte.
Agenda técnica
Além da participação na WAIC, o Serpro segue com uma agenda técnica de alto nível que reforça sua atuação como operador da infraestrutura digital do Estado brasileiro e referência em inteligência de governo. A programação inclui visitas a centros estratégicos como o MOSU Space, ecossistema dedicado à inovação em modelos generativos e robótica; à Universidade de Tsinghua, referência global em governança de IA; e ao Shanghai Data Exchange, voltado à regulação de dados públicos.
Também estão previstas interações com instituições como a Academia Chinesa de Ciências, a Tencent Cloud, a Alibaba Cloud e o Instituto de Automação. Em cada encontro, o Serpro representa o Brasil como interlocutor técnico em temas estruturantes para o futuro do serviço público digital. A missão segue até 2 de agosto e consolida uma atuação qualificada da empresa em abrir novas oportunidades de diálogo e cooperação internacional para consolidar o governo digital brasileiro e co-criar com países do Sul Global.
*Com informações da Imprensa do Serpro.