
O Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, divulgou um estudo sobre o impacto da Inteligência Artificial nas cadeias produtivas, com a participação de líderes de tecnologia do Brasil, China, Índia, Japão, Reino Unido e Estados Unidos. O levantamento revela como os profissionais do setor veem a influência da inteligência artificial (IA) no curto prazo — e quais áreas devem ser mais transformadas por ela.
Entre os brasileiros ouvidos, os setores de software (60%), bancos e serviços financeiros (48%) e mídia e entretenimento (48%) são apontados como os que mais sofrerão impacto da IA até 2026. Em seguida aparecem saúde (28%), educação (28%), telecomunicações (18%) e energia (16%).
Os entrevistados preveem uma transformação profunda nas áreas de robótica (56%), veículos autônomos (38%) e realidade estendida (XR) — que inclui realidade aumentada, virtual e mista. A expectativa é que essas tecnologias se consolidem como pilares da próxima geração de aplicações inteligentes.
Cibersegurança
Mais da metade (56%) dos profissionais acredita que a IA será usada para identificar vulnerabilidades e prevenir ataques de segurança cibernética em tempo real, enquanto 52% veem na tecnologia uma aliada para acelerar o desenvolvimento de software. A automação do atendimento ao cliente aparece em terceiro lugar, com 40%.
Ao mesmo tempo, privacidade e segurança de dados permanecem como as maiores preocupações para 48% dos entrevistados. Outros 12% temem o uso de IA para quebrar sistemas de proteção, e igual percentual cita a resistência social à tecnologia como um entrave.
Ascensão da IA agêntica e impacto no mercado de trabalho
O conceito de IA agêntica – sistemas que executam tarefas de forma autônoma, mas ainda dependem de revisão humana – deve ganhar força em 2026. Seis em cada dez brasileiros (60%) acreditam em adoção em massa dessa tecnologia por consumidores. Entre os principais usos citados estão assistentes pessoais, gerenciadores de privacidade digital e organizadores de contas e assinaturas.
Para 64% dos líderes, a inovação e a exploração da IA agêntica continuarão em alta velocidade, estimulando a contratação de analistas de dados para garantir precisão e transparência nos resultados. A pesquisa também mostra que metade dos empregos será ampliada por softwares de IA em até 2026.
Ética
A expansão da IA traz novos perfis profissionais: 58% das empresas buscam especialistas em análise de dados, 54% priorizam ética em IA e 32% procuram modeladores de dados. A demanda crescente por habilidades técnicas e éticas reflete a necessidade de equilibrar automação e responsabilidade social.
Governança e infraestrutura ainda são gargalos
No campo da governança, 54% dos entrevistados afirmam que a IA será integrada em toda a organização, seguindo políticas alinhadas às regulamentações governamentais. Já 34% reconhecem a necessidade de regras internas claras sobre como e quando empregar a tecnologia.
Há, porém, um consenso sobre a limitação estrutural: 46% estimam que serão necessários de 3 a 4 anos para construir a infraestrutura global de data centers capaz de sustentar o avanço da IA.
Robôs humanoides e novas interações no trabalho
Mais da metade (77%) dos especialistas acredita que os robôs humanoides inicialmente trarão diversão aos ambientes de trabalho, mas em pouco tempo se tornarão “colegas comuns”. Para 40%, suas empresas planejam implantar robôs dessa natureza até 2026.
Os resultados do estudo indicam que o Brasil se destaca pelo entusiasmo com o potencial da IA — tanto no consumo quanto na integração corporativa —, mas também expõem a urgência de políticas públicas voltadas à ética, privacidade e infraestrutura tecnológica.
Principais destaques entre os entrevistados brasileiros:
- Setores de Desenvolvimento de Software (60%), Bancos e Serviços Financeiros (48%) e Midia e Entretenimento (48%) terão maior mudança impulsionada pela IA em 2026, seguido pelos setores de Saúde (28%), Educação (28%), Telecomunicações (18%) e Energia (16%).
- IA impactará os setores de tecnologia como Robótica (56%), Veículos Autónomos (38%) e Realidade Estendida (XR) – Realidade Aumentada, Virtual e Mista (RA, RV, RM) (38%).
- 56% dos entrevistados acreditam que a IA será utilizada para identificação de vulnerabilidades de segurança cibernética em tempo real e prevenção de ataques; 52% que a IA irá auxiliar e/ou acelerar odesenvolvimento de software e 40% que IA auxiliará automatizando o atendimento ao cliente.
- 60% preveem adoção em massa da IA agêntica pelo consumidor em 2026; 52% destacam o uso degerenciadores de privacidade digital e 50% o uso de IA agêntica para gerência de contas ou assinaturas.
- Sobre os desafios da IA em 2026, privacidade e segurança de dados seguem na liderança com 48%, seguido pelo uso de IA para furar proteções de segurança cibernética (12%) e Resistência e desconfiança social (12%).
- Sobre IA generativa, 46% apontam que a IA continuará integrada em todas as operações de suasempresas e 36% que a IA generativa continuará a ser uma parte regular do seu trabalho, agregando valor.
- 54% afirmam que a IA será integrada em toda a sua organização, seguindo políticas de uso alinhadas àsregulamentações governamentais. Já para 34% políticas claras internas deverão ser adotadas sobre como e quando a IA pode ser usada em suas organizações.
- 64% dos líderes brasileiros concordam que a inovação, exploração e adoção da IA agênticacontinuarão em alta velocidade em 2026, à medida em que empresas estabelecidas e startupsaprofundam investimentos e compromissos com a tecnologia. 58% afirmam que o uso da IAagêntica para analisar grandes quantidades de dados crescerá em 2026, ao mesmo tempo em que estimulará um aumento na contratação de analistas de dados – para analisar a precisão dos resultados, transparência e vulnerabilidades.
- 46% acreditam que levará de 3 a 4 anos para se construir a infraestrutura global de data centernecessária para atender ao crescente desenvolvimento e à demanda por IA.
- 74% apontaram que o uso de realidade estendida (XR) e tecnologia de gêmeos digitais para simulações virtuais para projetar, desenvolver e testar com mais eficiência protótipos de produtos e processos defabricação será muito importante em 2026.
- Entrevistados apontam três principais habilidades que procuram em candidatos que planejam contratar para funções relacionadas à IA em 2026: 58% deles procuram profissionais com Habilidades de análise de dados, 54% procuram por candidatos com Habilidades de práticas éticas de IA, e 32% por profissionais com habilidades de modelagem de dados, incluindo processamento.
- Participantes da pesquisa afirmam que as três principais preocupações com o uso de IA generativa e agêntica em suas organizações são: dependência excessiva de IA e potenciais imprecisões (54%),exposição de dados internos (52%) e na proteção da propriedade intelectual de ser cooptada (44%).
- 50% acreditam que de 26-50% dos empregos serão ampliados por software baseado em IA em 2026.
- 46% concordam em parte que robôs humanoides podem trazer diversão ao ambiente de trabalho, mas com o tempo poderão se tornar colegas de trabalho comuns. 40% concordam parcialmente que sua empresa planeja implantar robôs humanoides em 2026.
O relatório completo pode ser acessado no portal do IEEE: https://transmitter.ieee.org/iot-2026.







