Por Fabio Miyagawa* – Com a alta demanda nas instituições de saúde, sejam elas públicas ou privadas, é preciso estipular quais recursos devem ser priorizados para o bom funcionamento do setor. Neste contexto, soluções que oferecem suporte às decisões clínicas e que ajudam a ampliar a utilização da Medicina Baseada em Evidências (MBE) contribuem diretamente para aprimorar a avaliação econômica das instituições de saúde no país.
Quando nos referimos a custos e investimentos na medicina, um dos grandes pontos de atenção é a adoção de novas tecnologias. Para se ter uma ideia, o investimento global neste segmento atingiu a marca de US$ 57,2 bilhões em 2021, conforme aponta o relatório State Of Digital Health, realizado pela CB Insights, plataforma de inteligência de mercado. Desta forma, o setor teve um aumento de 79% em comparação ao ano anterior, quando os investimentos na área foram de US$ 32 bilhões.
Tendo em vista este cenário, é evidente que as ferramentas de suporte à decisão clínica aliadas com a Medicina Baseada em Evidências (MBE) transformam a rotina dos profissionais da saúde. Isto ocorre uma vez que, por meio destas soluções, o médico tem em mãos em tempo real informações confiáveis e altamente qualificadas, que ajudam na melhor tomada de decisão e garantem um atendimento de maior qualidade ao paciente.
Avaliação econômica e gestão de Medicina Baseada em Evidências
Através de dados científicos e apurados por grandes especialistas e pesquisadores do mercado, é possível proporcionar maior segurança ao paciente e diminuir a variabilidade indesejada do cuidado. A padronização nos procedimentos de tratamento ajuda a oferecer um diagnóstico mais preciso e a reduzir erros médicos, bem como garantir que as orientações passadas aos pacientes sejam pautadas em conhecimentos atualizados.
Este cenário contribui para o aumento da eficiência do sistema financeiro dos serviços de saúde, visto que também há a redução de eventos adversos, tempos de internação e eventuais desperdícios, fatores que fazem a diferença no plano financeiro de hospitais e demais instituições de saúde.
Diante disso, é cada vez mais notório a necessidade de fomentar a convergência entre a tomada de decisão médica baseada em evidências e as escolhas econômicas. Isto porque, em diversas áreas, as opções de tratamento estão evoluindo exponencialmente e o paciente pode reagir de diferentes formas ao longo do processo. Sendo assim, dependendo de qual for a performance do paciente perante o tratamento, pode ser preciso realizar uma análise dos recursos disponíveis.
Para que este contexto opere de modo efetivo, é preciso que haja uma integração precisa entre os sistemas internos do hospital. Assim, o caminho que o médico adotar dentro do consultório estará alinhado com o planejamento do setor administrativo. De um lado, no caso de hospitais privados, temos a fonte pagadora e o gestor que também é responsável por equilibrar custos. Do outro, está o médico, que tem total autonomia para a tomada de decisão, mas que precisa policiar-se quanto aos possíveis desperdícios durante o diagnóstico e o tratamento.
Como o uso de dados contribui para o suporte à decisão clínica
O avanço da tecnologia tem sido um facilitador para a coleta de dados. Já é de conhecimento geral na área médica que ferramentas de suporte à decisão clínica, através de um vasto ecossistema de saúde, reúnem informações capazes de otimizar diagnósticos e tratamentos, além de garantir maior segurança ao paciente.
Esta base de conhecimento não faz a diferença apenas nos hospitais, mas também nas universidades de medicina. Antes mesmo de formar-se, os estudantes têm acesso a conteúdos científicos fundamentais para a formação acadêmica e que farão diferença quando estiverem efetivamente atendendo pacientes.
Por meio dos dados disponíveis nestas soluções e da MBE, o aluno conta com uma bagagem maior e está mais bem preparado para os desafios da rotina médica. Por isso, é preciso que as universidades de medicina perpetuem ainda mais o uso destas plataformas confiáveis.
Conclui-se, então, que o setor de saúde tem passado por mudanças significativas nos últimos anos e que, aos poucos, com o surgimento de novas soluções, a tecnologia vem se tornando um braço importante por toda jornada do cuidado ao paciente. Diante disso, para garantir maior efetividade nos processos clínicos, a avaliação econômica e o investimento em alternativas que contribuem para a tomada de decisão clínica devem ser constantes, para que, assim, médicos e gestores possam otimizar ainda mais seus processos e equilibrar custos, garantindo em paralelo a qualidade de vida e a segurança necessária aos pacientes.
*Fabio Miyagawa é Gerente de Marketing da Wolters Kluwer, Health para a América Latina.