Saiu a execução orçamentária de investimentos das empresas estatais no bimestre março/abril de 2010.
“Das 75 empresas que tiveram programação de dispêndios aprovada no âmbito do Orçamento de Investimento de 2010, treze apresentaram, até o segundo bimestre, desempenho, em termos percentuais de realização das respectivas dotações anuais, superior à média geral de 26,4%”, informa o Ministério do Planejamento.
Dentre elas, destaca-se a Dataprev, que já torrou 86,7%; dos R$ 80 milhões orçados para este ano. Para se ter uma idéia do tamanho da façanha do presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, basta comparar esses dados com a execução de outras empresas de TI:
Cobra Tecnologia S.A.
Orçamento R$ 7,2 milhões.
Gastou em 4 meses: R$ 3,055 milhões
Executou: 42,4%
Serpro
Orçamento R$ 130 milhões
Gastou em 4 meses: R$ 10,9 milhões
Executou: 8,4%
Telebrás
Orçamento R$ 406,4 mil (isso mesmo: mil)
Gastou em 4 meses: Zero
Executou: zero %
Entretanto, a Dataprev gastou, somente no bimestre março/abril, um total de R$ 66,8 milhões. Somados com os dois primeiros meses do ano, a conta da estatal sobe para R$ 69,3 milhões.
Sinistro não? Nos dois primeiros meses do ano a Dataprev “investiu” apenas R$ 2,5 milhões, cabendo o restante (R$ 66,8 milhões) em março e abril.
Pergunto: Rodrigo Assumpção torrou R$ 66,8 milhões no último bimestre na compra dos três mainframes da Unisys?
Não?
Então por que, na mesma execução orçamentária, o Ministério do Planejamento dá um ‘puxão de orelhas’ na Dataprev, informando que ela é uma das empresas estatais que estourou a dotação anual aprovada para a ação: “Manutenção e Adequação da Infra-Estrutura de Tecnologia da Informação para a Previdência Social – Nacional” ?
Coincidência ou não, em abril deste ano a Dataprev adquiriu – por R$ 72,5 milhões – três mainframes Libra da Unisys. Os mesmos que, por acordo com o Ministério Público, que anda meio desaparecido, se comprometeu a devolver as máquinas e se livrar da “dependência” da multinacional.
* Se for confirmada a minha suspeita, então faltam só R$ 5,7 milhões para a Dataprev completar esse suposto “investimento” que fez em mainframes Unisys. Dinheiro em caixa não é problema para Rodrigão.