Matéria publicada hoje pela Folha de São Paulo dá conta de que as empresas de telefonia cogitam em ir à Justiça contra o Plano Nacional de Banda Larga. Entre os diversos argumentos, um me chamou a atenção.
Diz a Folha: “Para as empresas, a reativação da Telebrás como prestadora de serviço seria uma quebra nos compromissos assumidos pelo governo brasileiro por ocasião da privatização da telefonia, em 1998”.
Fiquei com a seguinte impressão: Então, o Governo Fernando Henrique Cardoso assinou em 1998 um compromisso com a exclusão digital?
Seria leviano da minha parte afirmar que sim.
Mas passados mais de 10 anos da privatização, o que assistimos hoje no país – no tocante a essa área da conectividade – é que Internet brasileira é para ricos, com velocidade para poucos e qualidade para ninguém.
Durante todos esses anos critiquei duramente este governo quando criava programas de inclusão digital, que sempre falharam numa questão básica: Conectividade. Ficava claro que tais programas não passavam de farta distribuição de computadores.
Tentativas foram feitas por esse mesmo governo para resolver essa questão sempre pendente. Mas as respostas que ele obteve das empresas foram sempre as mesmas: “Quer Internet em qualquer lugar, paga”.
Essa conta já foi paga pelo Brasil em assinatura básica e tráfego gerado nas redes dessas empresas disfarçado de “internet gratuita”, todos os meses, desde 1998.
Reclamar agora de ‘quebra de contrato’, depois de cobrar R$ 27 bilhões para levar uma banda larga chulé para o interior do Brasil, se não é vigarice, com certeza é falta de patriotismo ou espírito público.