A Agência Espacial Brasileira (AEB) pretende pagar R$ 30 mil para levar um consultor (a) à Dubai, que terá por missão produzir um relatório contendo informações detalhadas de tudo o que for discutido durante os dias 21 e 22 de outubro no evento “Space4Women Expert Meeting”, que ocorre em paralelo com a Expo Dubai. Apesar de estar levando juntamente com o MCTI uma comitiva formada por 10 diretores e assessores supostamente com a desculpa de que precisa “acompanhar” esses mesmos eventos.
O dinheiro vai sair dos cofres do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com quem a AEB tem um acordo de cooperação técnica denominado “Programa Espacial Brasileiro: Fortalecimento Institucional e Novas Perspectivas” (BRA/20/021). As diárias, passagens e hospedagens sairão por conta da AEB, o que faz com que o contrato de R$ 30 mil dispare para um valor muito maior.
Porém, a missão desse “consultor” (a) aparenta ter um certo desvio de finalidade, se avaliada com a proposta do acordo da AEB com o PNUD. Pois a missão dele (a) será levantar todas as informações que visem gerar ações futuras da AEB para “atrair as meninas para carreiras de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática e estimular as jovens mulheres que já escolheram estas carreiras a persistirem e se tornarem agentes no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil”.
Onde estaria o “Programa Espacial Brasileiro” nesse contexto?
No escopo do Termo de Edital da AEB está claro que o projeto visa realizar um “mapeamento de tecnologias educacionais”. Caberia à AEB decidir sobre tal metodologia, que serviria de base para um futuro programa de incentivo às meninas a se interessarem por Ciência, a ser executado pelo MCTI?
O consultor (a) terá os seguintes encargos, que servirão de base para qualquer dos integrantes depois poderem responder a eventuais questionamentos sobre o que foram fazer durante 15 dias em Dubai:
E receberá a remuneração a partir das entregas que fizer, de acordo com o seguinte cronograma:
Por enquanto esse é o único custo visível dessa viagem de aspones da Agência Espacial Brasileira e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações à Dubai. Uma comitiva que agora conta com 16 integrantes, capitaneada pelo ministro Marcos Pontes, que passará mais de duas semanas nos Emirados Árabes às custas do contribuinte.
*Veja a Íntegra do Termo de Referência do edital da AEB.