Parte do discurso do novo presidente da Dataprev na solenidade de posse, em que a imprensa foi impedida de participar, mostra apenas que, se visto pelas entrelinhas, a impressão que se tem é de que Gustavo Canuto faz parte de um setor do governo, que no mínimo tem dúvidas se a privatização das estatais de TI trará benefícios ao governo.
Mas como impediu jornalistas de fazerem essa pergunta pessoalmente fica a dúvida: ele apoia ou não a privatização da Dataprev? O discurso em si é dúbio, não difere ao de Christiane Edington quando assumiu. Esse papo de “vamos trabalhar muito, para que o governo veja como somos importantes”, não cola.
A Dataprev sempre foi importante para qualquer governo, porque sem ela a dependência tecnológica e o mercantilismo já teriam prosperado na área pública, com graves consequências para os velhinhos. Costumo dizer que o tempo resolve qualquer dúvida sobre governos. É questão de tempo e vamos saber direitinho como será a administração Gustavo Canuto. Mas de antemão já digo que você começou mal, ao impedir jornalistas de participarem da sua posse.
É de se perguntar: o que você tem a esconder do público, do contribuinte, Canuto?
Não espere desse site, blog, seja lá como você queira rotulá-lo, algum pedido de entrevista. Quem tem algo a dizer, quem tem de procurar a imprensa é você. Coloque essa turma de “jornalistas”, que é paga pelo contribuinte, para correr atras da imprensa. Eu não preciso dela e nem espero da sua assessoria algo proativo.
Mas não me preocupo com isso, porque não preciso dela para mostrar a sua governança na Dataprev. Ela estará exposta no Diário Oficial da União, ou nas fontes internas que não se venderem ao seu sorriso, além das empresas que prestam serviços ou que forem contrariadas por vocês nos interesses comerciais delas.
Portanto, se te serve algum conselho, seguem alguns. Eu sei que você não pediu, mas como estou te dando de graça, não custa nada recebê-los: 1 – Fale com a imprensa. 2 – limpe a área, demita todos os colaboradores de Christiane Edington, principalmente os diretores, que não tiveram vergonha na cara de sair junto com ela. 3 – Não mande, lidere.